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sábado, 13 de fevereiro de 2021

10 filmes com Kim Novak


Nascida em 13 de fevereiro de 1933, Marilyn Pauline Novak tornou-se uma estrela ao assinar contrato com a Columbia Pictures. Típico produto de Hollywood, a atriz foi moldada pelo tirânico Harry Cohn para virar um símbolo sexual, substituindo Rita Hayworth, até então o maior nome do estúdio, e lançada como concorrente de Marilyn Monroe, que ganhava fortunas para a Twentieth Century Fox. Assim, transformou-se em Kim Novak. Apesar de seu enorme sucesso, trabalhando ao lado de grandes nomes como Frank Sinatra e James Stewart, e sendo dirigida por cineastas renomados como Alfred Hitchcock e Billy Wilder, a loira decidiu aposentar-se ainda na década de 60, voltando a atuar apenas ocasionalmente em projetos que lhe interessam. Após deixar as telas, passou a se dedicar à pintura, à poesia e a compor músicas, que chegaram a ser gravadas por cantores como Harry Belafonte.

Confira abaixo alguns de seus principais trabalhos no cinema:  

1- O Homem do Braço de Ouro (The Man with the Golden Arm, 1955)


Em Chicago um excelente carteador, Frankie Machine (Frank Sinatra), tem dois problemas: Zosch (Eleanor Parker), sua esposa inválida por quem se sente responsável, e principalmente sua dependência das drogas, que tenta mas não consegue se liberta. Em contrapartida tem a seu favor um forte envolvimento com Molly (Kim Novak), uma mulher que o ama de verdade e o apóia sempre que possível. Assista aqui

2- Férias de Amor (Picnic, 1955)


Hal Carter (William Holden) é um viajante errante, que chega em uma pequena cidade do Kansas para visitar e tentar conseguir emprego com um rico colega de faculdade, Alan (Cliff Robertson). Porém ele conhece e se apaixona por Madge Owens (Kim Novak), a linda namorada de Alan. Quando a mãe da jovem sente que esta paixão é correspondida entra em desespero, pois sonha ter a sua filha casada com o melhor partido da região.

3- Melodia Imortal (The Eddy Duchin Story, 1956)


A história se passa entre as décadas de 30 e 40, e acompanha a ascensão do talentoso pianista Eddy Duchin (Tyrone Power). Apaixonado por música, Duchin largou sua carreira em farmacologia e mudou-se para Nova York, onde encantou o mundo musical e a linda socialite Marjorie Oelrichs (Kim Novak), mas conheceu o sabor da amargura quando seu grande amor morreu precocemente. Compre aqui

4- Lágrimas de Triunfo (Jeanne Eagels, 1957)


Jeanne (Kim Novak) é uma garçonete que vai trabalhar em um parque de diversões como dançarina, mas seu sonho é se tornar uma atriz dramática e atuar na Broadway. Em Nova York ela consegue ser aceita por uma conceituada professora de interpretação. Sua primeira grande chance surge quando substitui com sucesso uma atriz que saiu de férias, mas é reconhecida pelo público e pela crítica ao interpretar Sadie Thompson em "Rain", de Somerset Maugham, papel este que ela "roubou" de uma antiga estrela dos palcos, que sonhava retornar nesta peça mas, como nada aconteceu, acaba se suicidando. Este fato faria Jeanne utilizar bebida e drogas para acalmar sua consciência, o que provoca sua decadência.

5- Meus Dois Carinhos (Pal Joey, 1957)


Joey Evans (Frank Sinatra) é um charmoso, bonito, engraçado, talentoso e mulherendo homem que vive em São Francisco. Perseguindo um sonho, ele tenta convencer a viúva e socialite Vera Simpson (Rita Hayworth) a financiar o clube noturno que idealiza, o Chez Joey. Mas tudo parece desandar quando ele conhece a corista Linda English (Kim Novak), que fará Joey se perder nos seus planos para o futuro. Compre aqui
6- Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1958)


Em São Francisco, o detetive aposentado John 'Scottie' Ferguson (James Stewart) sofre de um terrível medo de alturas. Certo dia, encontra com um antigo conhecido, dos tempos de faculdade, que pede que ele siga sua esposa, Madeleine Elster (Kim Novak). John aceita a tarefa e fica encarregado da mulher, seguindo-a por toda a cidade. Ela demonstra uma estranha atração por lugares altos, levando o detetive a enfrentar seus piores medos. Ele começa a acreditar que a mulher é louca, com possíveis tendências suicidas, quando algo estranho acontece nesta missão. Compre aqui
7- Sortilégio de Amor (Bell, Book and Candle, 1958)


Em Nova York a dona de uma loja de objetos de arte, Gillian Holroyd (Kim Novak), é uma bela bruxa, que mora com um gato siamês, Pyewacket, que indiretamente a ajuda em seus feitiços. É com o auxílio do gato que ela lança um encanto sobre um vizinho, Shepherd Henderson (James Stewart), um editor que passa a amá-la tanto que rompe o noivado com Merle Kittridge (Janice Rule), que por sua vez é rival de Gillian desde quando ambas estavam no colégio. Entretanto Gillian perderá seus poderes se corresponder a este amor. Compre aqui
8- O Nono Mandamento (Strangers When We Meet, 1960)


Larry Coe (Kirk Douglas) é um arquiteto bem sucedido que deixa de amar Eve Coe (Barbara Rush), sua esposa. Um dia cele onhece Maggie Gault (Kim Novak), sua vizinha, que tem um marido que perdeu o interesse sexual por ela. Neste contexto eles começam a ter um affair, mas logo estão se amando intensamente. Assista aqui
9- Beija-Me, Idiota (Kiss Me, Stupid, 1964)


Quando o mundialmente reconhecido cantor ''Dino'' (Dean Martin) passa por Climax, Nevada, ele não esperava conhecer dois aspirantes a compositores com um plano de sequestrá-lo e mantê-lo preso para que escute suas canções. O que eles não sabiam era do insaciável apetite de Dino...por mulheres e vinhos! E quando um dos compositores descobre que a sua própria esposa já foi presidente do fã-clube de Dino, ele contrata uma esposa substituta (Kim Novak) para deixar o cantor ''cheio de vontade'' de comprar suas músicas!

10- As Aventuras Escandalosas de uma Ruiva (The Adventures of Moll Flanders, 1965)


Jovem pobre da Inglaterra do século XVIII (Kim Novak) usa sua beleza, seu charme e sua inteligência para subir na sociedade. Ela escala socialmente a cada novo amante que encontra até ficar rica. Mas o amor acaba encontrando-a, colocando a perder seus planos de nobreza.

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domingo, 30 de agosto de 2020

As rainhas da Columbia

 

Atualmente como parte do grupo Sony, a produtora e distribuidora Columbia Pictures consolidou-se ao longo das décadas como um dos seis grandes estúdios de Hollywood, por trás de grandes clássicos como 'Rocky Balboa' (1976), 'Taxi Driver' (1976), 'Conta Comigo' (Stand by Me, 1986), 'Funny Girl' (1968) e 'A Um Passo da Eternidade' (From Here to Eternity, 1953). 

Fundada em 1918 pelos pelos irmãos Jack e Harry Cohn e seu parceiro de negócios, Joe Brandt, com o nome de Cohn-Brandt-Cohn (CBC) Film Sales Corporation, a empresa amargou alguns anos como um estúdio secundário no cenário norte-americano. Apenas em 1924, passou a ser conhecida como Columbia Pictures e a utilizar o icônico logotipo com a personificação feminina dos Estados Unidos. 


Inicialmente limitando-se a curtas e filmes de baixo orçamento, aos poucos foi começando a crescer e ousar mais em suas produções. Sua escalada rumo ao sucesso comercial começou com a chegada do diretor Frank Capra, que exigia qualidade em seus trabalhos e não se contentava com materiais de baixo custo. O lançamento de 'Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, 1934), primeiro longa a vencer as cinco principais categorias do Oscar, finalmente colocou a empresa no mapa e, pela primeira vez, no mesmo patamar dos maiores estúdios da época.

Clark Gable, Claudette Colbert (e Shirley Temple) e Frank Capra com suas estatuetas


Apesar do rápido crescimento, a Columbia ainda não podia se dar ao luxo de ter uma grande lista de atores contratados, apelando muitas vezes para os estúdios rivais. Sua principal fonte de empréstimos era a MGM, cujo slogan era 'mais estrelas do que o céu', em alusão a quantidade de nomes famosos em seu portfólio, tais como Greta Garbo, Clark Gable e Jean Harlow. Louis B. Mayer costumava utilizar os empréstimos como forma de castigo para os astros que lhe desobedeciam de alguma forma, fazendo com que a Columbia logo ganhasse o jocoso apelido de Sibéria.


Foto da 'Família MGM' em meados da década de 40, com estrelas como James Stewart, Hedy Lamarr, Katharine Hepburn, Spencer Tracy, Greer Garson e Robert Taylor

Jean Arthur

Ainda durante a década de 30, a Columbia descobriu sua primeira grande estrela na quase desconhecida Jean Arthur. Iniciando no cinema mudo, a atriz enfrentava a instabilidade em sua carreira, recebendo muitas críticas negativas por conta de sua atuação e de sua aparência. Seu papel de maior destaque até então tinha sido como coadjuvante de Clara Bow em um de seus primeiros filmes falados, 'The Saturday Night Kid' (1929), onde também contracenou com uma principiante Jean Harlow. Em 1931, após tingir suas madeixas escuras de loiro, Arthur decidiu mudar-se para Nova York e tentar a sorte nos palcos da Broadway, o que se mostrou uma decisão acertada para ela. Muito tímida e insegura, ela finalmente conseguiu adquirir confiança para atuar e encarar o público, conquistando elogios por seu desempenho no teatro. 

Jean Arthur, Clara Bow, Jean Harlow e Leona Lane

De volta a Hollywood no final de 1933, estrelou o longa 'Fatalidade' (Whirlpool , 1934), seu primeiro trabalho pela Columbia. Durante a produção, foi oferecido um contrato de cinco anos com o estúdio. Mesmo adorando os palcos, a estabilidade financeira e profissional que lhe estava sendo ofertada não era algo que pudesse recusar. No ano seguinte, Jean Arthur apareceu ao lado de Edward G. Robinson em 'O Homem Que Nunca Pecou' (The Whole Town's Talking, 1935). Aos 34 anos, a atriz finalmente começava a sentir o sabor do sucesso, arrancando elogios da crítica e com sua popularidade em franco crescimento. Sob a direção de Frank Capra, protagonizou 'O Galante Mr. Deeds' (Mr. Deeds Goes to Town, 1936), que lhe alçou ao estrelato internacionalmente. Nos anos seguintes, esteve em 'Jornadas Heroicas' (The Plainsman, 1936), este por empréstimo à Paramount, 'Garota de Sorte' (Easy Living, 1937) e no vencedor do Oscar 'Do Mundo Nada Se Leva' (You Can't Take It With You, 1938), novamente em parceria com Capra. Durante este período, chegou a ser uma das quatro finalistas para interpretar Scarlett O'Hara em 'E O Vento Levou' (Gone With The Wind, 1939).

Jean Arthur durante os testes para o papel de Scarlett O'Hara

Apesar de estar no auge de sua popularidade, protagonizando 'A Mulher Faz o Homem' (Mr. Smith Goes to Washington, 1939), 'Paraíso Infernal' (Only Angels Have Wings, 1939), 'O Assunto do Dia' (The Talk of the Town, 1942) e 'Original Pecado' (The More the Merrier, 1943) pelo qual foi indicada ao Oscar, Jean Arthur deixou a Columbia no final de seu contrato em 1944. Reza a lenda que a atriz saiu pelas ruas do estúdio gritando 'Estou livre! Estou livre!'. Um dos motivos de seu descontentamento foi sua briga com Harry Cohn após ganhar apenas a metade do salário que Cary Grant and Ronald Colman receberam em 'O Assunto do Dia'.

Rita Hayworth, Cary Grant e Jean Arthur em 'Paraíso Infernal' 

Rita Hayworth

Com Jean Arthur fora da Columbia, o reinado passou para sua coadjuvante em 'Paraíso Infernal', Rita Hayworth. Norte-americana com ascendência espanhola, Margarita Cansino teve a vida artística  imposta por sua família, fazendo aulas e apresentações de dança ao lado do pai desde a infância. Na década de 30, mudou seu nome para Rita Cansino e começou a trabalhar em pequenos papéis no cinema, geralmente interpretando jovens exóticas, das mais variadas nacionalidades. Em 1936, assinou um contrato de 7 anos com a Columbia, inicialmente tendo pouco destaque. Por conta de sua imagem excessivamente latina, Harry Cohn exigiu uma série de mudanças para 'americaniza-la'. Pela segunda e última vez, ela modificou seu nome, desta vez para Rita Hayworth, fez eletrólise para aumentar a testa e pintou os cabelos de ruivo. 

O processo de americanização de Rita Hayworth; Nota-se também mudanças nas sobrancelhas, no nariz e no queixo da atriz.

No início dos anos 40, apareceu em 'Anjos da Broadway' (Angels Over Broadway, 1940), 'Protegida de Papai' (The Lady in Question, 1940), primeiro de cinco filmes que fez com Glenn Ford, e 'Melodia em Meu Coração' (Music in My Heart, 1940). No ano seguinte, foi emprestada para a Warner onde foi coadjuvante em 'Uma Loira Com Açucar' (The Strawberry Blonde, 1941) e para a 20th Century Fox como uma das protagonistas de 'Sangue e Areia' (Blood and Sand, 1941). Ao voltar para a Columbia, estrelou ao lado de Fred Astaire o musical 'Ao Compasso do Amor' (You Never Get Rich, 1941), um dos maiores orçamentos do estúdio até então. Com o sucesso atingido, uma segunda produção reunindo a dupla logo foi providenciada, com o título 'Bonita Como Nunca' (You Were Never Lovelier, 1942). Com a estréia de 'Modelos' (Cover Girl, 1944) e a recente saída de Arthur, Rita Hayworth estabeleceu-se como o maior nome do estúdio. Atuou em 'O Coração de uma Cidade' (Tonight and Every Night, 1945) e 'Quando os Deuses Amam' (Down to Earth, 1947), mas foi no noir 'Gilda' (1946) que atingiu o auge de sua carreira, tornando-se um dos maiores símbolos sexuais do cinema e um ícone da cultura popular.

A icônica cena do striptease apenas da luva em 'Gilda'

Em 1947, ao lado do então marido Orson Welles, Rita encarnou mais uma femme fatale em 'A Dama de Shanghai' (The Lady from Shanghai). Sua indefectível cabeleira ruiva até os ombros deu lugar a curtas madeixas platinadas, para a fúria do controlador Harry Cohn, que não havia sido consultado para a mudança da imagem de sua musa. O filme acabou sendo um fracasso de bilheteria, embora a crítica tenha sido muito elogiosa ao seu desempenho. No ano seguinte, já com seu visual restabelecido e novamente ao lado de Glenn Ford, transformou-se em uma cigana sedutora em 'Os Amores de Carmen' (The Loves of Carmen, 1948), recebendo pela primeira vez uma porcentagem dos lucros. 

Ao lado de Orson Welles nos bastidores do polêmico 'A Dama de Shanghai'

Embora ainda legalmente casada com Welles, Rita conheceu durante uma viagem a Cannes o charmoso príncipe Aly Khan e os dois logo iniciaram um romance. Subiram ao altar em 1949, tornando-a a primeira atriz a receber o título oficial de princesa. Cansada de sua vida no showbiz, decidiu deixar Hollywood e iniciar uma nova vida na França, ao lado do marido, quebrando assim seu contrato com a Columbia. Mas não demoraria muito para que a bela descobrisse que seu príncipe não tinha nada de encantado. Conhecido por seu estilo bon vivant, Aly Khan levava uma vida extravagante e agitada, não se contentando com apenas uma mulher, mesmo que ela fosse uma das deusas do cinema. Além do mais, as inúmeras obrigações impostas à sua nova posição e as dificuldades com o francês fizeram com que a relação entre os dois terminasse em separação. Em 1951, ela partiu para Nova York com suas duas filhas, divorciando-se oficialmente em 1953.

Com o marido Aly Khan

Seu retorno às telas aconteceu em 'Uma Viúva em Trinidad' (Affair in Trinidad, 1952), que chegou a arrecadar um milhão de dólares a mais do que 'Gilda' nas bilheterias. Continuou sendo bem-sucedida com os longas 'Salome' (1953) e 'Mulher de Satã' (Miss Sadie Thompson, 1953), recriando a personagem que já havia sido feita por Gloria Swanson e Joan Crawford. Um novo matrimônio, este com o cantor Dick Haymes, afastou-a outra vez da vida artística. O outrora promissor Haymes estava agora endividado, sendo processado pelas duas esposas anteriores pelo não pagamento de pensões alimentícias, além de ter problemas com a imigração por não conseguir provar sua cidadania americana. A turbulenta união entre os dois foi repleta de fortes emoções, com pilhas de dívidas, ameaças de prisão e muito álcool. Após ser agredida em público pelo marido , a atriz deu um ponto final no já fragilizado relacionamento. Voltando-se novamente para sua carreira após quatro anos afastada, Rita já não era mais o principal nome da Columbia. Durante sua ausência, a jovem Kim Novak havia assumido seu posto de rainha. A ruiva ainda estrelaria 'Lábios de Fogo' (Fire Down Below, 1957), 'Meus Dois Carinhos' (Pal Joey, 1957), junto com a própria Novak e Frank Sinatra, e 'Heróis de Barro' (They Came to Cordura, 1959), antes de deixar para sempre o estúdio. 

Kim Novak, Rita Hayworth e Frank Sinatra fotografados nos bastidores de 'Meus Dois Carinhos'

Kim Novak

Para além de uma substituta para o cargo de Hayworth como maior nome da Columbia, Kim Novak surgiu para Harry Cohn como a resposta perfeita para outro dilema. Marilyn Monroe havia despontado para o sucesso e ganhava rios de dinheiro para a 20th Century Fox com papéis estereotipados, que a própria atriz odiava. Com isso, todos os estúdios buscavam ter sua própria versão da loira sexy e inocente que o público tanto parecia adorar. Jayne Mansfield, Diana Dors e Mamie Van Doren foram algumas das mais famosas escolhas; 


Nascida Marilyn Pauline Novak, a então modelo e figurante da RKO, assinou um contrato de longo prazo com a Columbia, tendo como missão ser uma espécie de mistura de Rita Hayworth e Marilyn Monroe. Ironicamente, a bela jovem, que tanto buscava ter sua própria personalidade, precisou mudar seu nome (Marilyn) para ser lançada pelo estúdio como uma nova Monroe. Cohn escolheu 'Kit Marlowe' como sua alcunha, mas ela permaneceu firme insistindo para manter seu sobrenome 'Novak'. Os dois lados chegaram a um acordo e 'Kim Novak' foi o nome vencedor. Seu primeiro filme pelo estúdio foi no noir 'A Morte Espera no 322' (Pushover, 1954), seguido pela comédia 'Abaixo o Divórcio' (Phffft, 1954), ambos com papéis coadjuvantes. No ano seguinte, protagonizou ao lado de Guy Madison 'No Mau Caminho' (5 Against the House, 1955), obtendo pouco reconhecimento. 'Férias de Amor' (Picnic, 1955) transformou-a em uma estrela, vencedora do Globo de Ouro como maior revelação daquele ano e indicada ao BAFTA como melhor atriz estrangeira. Ainda em 1955, protagonizou ao lado de Frank Sinatra outro sucesso de bilheteria, 'O Homem do Braço de Ouro' (The Man with the Golden Arm).


Seus próximos projetos, além de 'Meus Dois Carinhos (Pal Joey, 1957), foram os biográficos 'Melodia Imortal' (The Eddy Duchin Story, 1956) e 'Lágrimas de Triunfo' (Jeanne Eagels, 1957), onde interpreta a polêmica atriz do cinema mudo. O longa gerou um processo movido pela família de Eagels, que considerou pejorativa a forma com a qual ela é retratada. 

Como Jeanne Eagels em 1957

Em 1958, em meio a boatos de um polêmico romance com Sammy Davis Jr., Kim Novak foi dirigida por Alfred Hitchcock naquele que seria seu filme mais emblemático. Substituindo Vera Miles, primeira escolha do diretor, que havia abandonado a produção após descobrir-se grávida, a atriz teve a oportunidade de mostrar seu talento interpretando dois papéis em Um Corpo Que Cai (Vertigo). A loira afirmou certa vez: 'Do meu ponto de vista, quando li pela primeira vez aquelas linhas onde ela diz: "Eu quero que você me ame por mim", e todas as conversas naquela cena, eu me identifiquei muito com isso porque ir para Hollywood como uma jovem garota e de repente descobrir que eles querem te transformar totalmente, é uma mudança total e era como se eu estivesse sempre lutando para mostrar um pouco de mim, sentindo que eu queria estar lá também. Era como se eles penteassem meu cabelo e refizessem um monte de coisas. Então eu realmente me identifiquei com o fato de alguém que estava sendo substituído pelo ressentimento, pelo desejo, precisando de aprovação e querendo ser amado e disposto, eventualmente, a fazer qualquer coisa para conseguir isso mudando seu cabelo e todas essas coisas. E então quando Judy aparece, é outra história e então quando ela tem que passar por essa mudança. Eu realmente me identifiquei com o filme porque dizia: "Por favor, veja quem eu sou. Apaixone-se por mim."

Com Alfred Hitchcock nos bastidores de 'Um Corpo Que Cai'

Voltou a se reunir com James Stewart ainda no mesmo ano, na comédia-romântica 'Sortilégio de Amor' (Bell, Book and Candle), que provou-se um sucesso de bilheteria, ao contrário do primeiro encontro dos dois. Embora o longa de Hitchcock tenha o merecido reconhecimento nos dias de hoje, na época de seu lançamento foi um fracasso de público e crítica; Protagonizou ao lado de Fredric March o drama 'Crepúsculo de uma Paixão' (Middle of the Night, 1959), o qual afirmou ser seu desempenho favorito. Seus trabalhos seguintes foram os bem-sucedidos 'O Nono Mandamento' (Strangers When We Meet, 1960) e 'Aconteceu Num Apartamento' (The Notorious Landlady, 1962). Após um contrato independente com outra produtora, apareceu na comédia 'Uma Vez Por Semana' (Boys 'Night Out, 1962) e na refilmagem de 'Servidão Humana' (Of Human Bondage, 1964), ambos sem muito destaque. 

Em cena de 'Sortilégio de Amor'

Seu próximo projeto foi na comédia de Billy Wilder 'Beija-me, Idiota!' (Kiss Me, Stupid, 1964), que acabou tendo problemas com a Legião da Decência por conta de piadas consideradas apimentadas demais. No ano seguinte, interpretou a personagem- título em 'As Aventuras Escandalosas de uma Ruiva' (The Amorous Adventures of Moll Flanders, 1965), inspirado em 'As Aventuras de Tom Jones' (Tom Jones,1963), protagonizado por Albert Finney. Foi escada para o drama sobre ocultismo 'O Olho do Diabo' (Eye of the Devil, 1966), ao lado de David Niven e Sharon Tate, mas acabou se retirando da produção, sendo substituída por Deborah Kerr. Cansada da sequência exaustiva de gravações e emocionalmente abalada após um deslizamento de terra que destruiu sua casa, a atriz decidiu deixar Hollywood e diminuir o ritmo de trabalho.

A atriz em seu refúgio em Big Sur

Após sua mudança, passou a dedicar-se à pintura, à poesia e começou a compor músicas, que chegaram a ser gravadas por cantores como Harry Belafonte. Voltou ao cinema no longa 'A Lenda de Lylah Clare' (The Legend of Lylah Clare, 1968), que teve uma péssima recepção e foi fortemente criticado. Sem que ela soubesse, o diretor Robert Aldrich decidiu dublar sua voz em diversas cenas, já que sua personagem deveria ter um forte sotaque alemão. Seu último filme na década de 60 foi 'O Grande Roubo do Banco' (The Great Bank Robbery, 1969). Nos anos subsequentes, a atriz apareceu em filmes esporadicamente, com destaque para 'Testemunha da Loucura' (Tales That Witness Madness, 1973), 'Apenas um Gigolô' (Just a Gigolo, 1979), 'A Maldição do Espelho' (The Mirror Crack'd, 1980), 'As Crianças' (The Children, 1990) e 'Liebestraum - Atração Proibida' (Liebestraum, 1991), além de participações em programas de televisão. Aposentou-se definitivamente em 1992.
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sábado, 15 de setembro de 2018

Pôsteres de Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1958)


Um dos elementos mais importantes na divulgação de um filme é o poster. É através dele que temos uma primeira ideia sobre o que iremos assistir e as informações técnicas básicas, como elenco, diretor e etc. Além do poster oficial, há sempre várias versões diferentes que podemos encontrar por aí, seja publicidades diferentes feitas pelo próprio estúdio na época do lançamento, seja versões feitas em outros países, assim como releituras de edições mais atuais de dvds e blu-rays, ou mesmo trabalhos feitos por artistas gráficos e/ou fãs de cinema. 

Inaugurando uma nova série de postagens aqui no blog, iremos homenagear um filme por vez e apresentar diferentes versões de pôsteres feitos para ele. O primeiro longa escolhido, é o clássico dirigido por Alfred Hitchcock e estrelado por James Stewart e Kim Novak: Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1958).

Poster oficial




















Não achei o crédito de todas as imagens. Se você conhecer a fonte, coloca aqui pra mim nos comentários. =)
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sábado, 1 de abril de 2017

10 personagens mentirosos dos clássicos

É claro que existem milhares de personagens que não são la muito chegados em sinceridades na ficção, mas para o dia primeiro de abril não passar em branco, aqui vai uma lista rapidinha com dez mentirosos compulsivos dos filmes antigos. Quem lembrar de mais, coloca aqui nos comentários, e quem sabe não sai uma parte II da matéria?! A ordem da lista é aleatória.

1- Pinóquio (Pinóquio/ Pinocchio, 1940)



Não tem como fazer uma lista sobre personagens mentirosos sem citar o bonequinho de madeira que sonhava em se tornar um menino de verdade. Ao contrário da maioria dos enganadores da ficção, que só eram descobertos depois de um certo tempo, Pinóquio tinha suas farsas expostas imediatamente, já que seu nariz crescia a cada história que contava.

2- Eve Harrington (A Malvada/ All About Eve, 1950)


Embora muitos pensem que Bette Davis é 'A Malvada' do título, a verdadeira vilã da história é Eve, personagem interpretada por Anne Baxter, que mente para absolutamente todos ao seu redor, fingindo ser uma fã ardorosa de Margo Channing (vivida por Davis), para aos poucos usurpar o lugar da estrela.

3- Scarlett O'Hara (E o Vento Levou/ Gone With the Wind, 1939)


Desde as primeiras cenas já percebemos que Scarlett é uma mentirosa compulsiva! Fingir interesse por todos os homens para conquistar atenção, dizer que sua irmã se casou com outro para roubar seu pretendente e fazer um vestido de cortina para parecer estar em ótimas condições financeiras são apenas algumas das armações de uma das maiores personagens do cinema.

4- Jay Gatsby (O Grande Gatsby/ The Great Gatsby)


O personagem criado por F. Scott Fitzgerald saiu da literatura e foi parar diversas vezes nas telonas. Seus interpretes mais famosos foram Robert Redford, no filme de 1974, e Leonardo DiCaprio na mais recente adaptação, feita em 2013. Gatsby sempre foi um jovem ambicioso e sonhador, tornando-se um milionário excêntrico de Nova York, célebre por suas festas extravagantes que movimentavam a década de 20. Mas sua mania de grandeza não permitia que sua origem humilde fosse revelada, fazendo com que ele mentisse até mesmo sobre seu verdadeiro nome, fingindo ter nascido em berço de ouro e recebido a melhor educação.

5- Helen Bartlett (Confissão de Mulher/ True Confession, 1937)


Ao se casar com um honesto advogado, Helen decide ajudar o marido fazendo o que sabe de melhor: Inventar histórias. Com o intuito de fazer o marido famoso, ela confessa um assassinato que não cometeu, certa de que não seria condenada. Outra personagem de Carole Lombard que poderia facilmente entrar na lista é Wanda Nash, de A Princesa do Brooklyn (The Princess Comes Across, 1936), que finge ser uma princesa ao embarcar em um navio.

6- Madeleine Elster / Judy Barton (Um Corpo Que Cai/ Vertigo, 1958)


Bom, se você não viu o filme, pare de ler agora, porque vai vir spoiler! rs A personagem de Kim Novak finge ser a esposa de seu amante, atormentada pelo espírito de uma antepassada, o que a leva um suicídio forjado. O golpe é dado para encobrir o assassinato da verdadeira Madeleine.

7- Morris Townsend (Tarde Demais/ The Heiress, 1949)


Vivido por Montgomery Clift, Morris faz uso de seu charme e beleza para conquistar a desajeitada
Catherine Sloper (Olivia de Havilland). Fingindo-se de apaixonado e honesto, ele tenciona casar-se com a moça, que herdará uma grande fortuna.

8- Brad Allen (Confidências à Meia-Noite/ Pillow Talk, 1959)


O conquistador Brad Allen fala todo dia com uma jovem diferente ao telefone, sempre com juras de amor e cantando a mesma música para todas as namoradas, apenas mudando o nome de cada uma. Ao descobrir que a mulher que implica com suas ligações através de uma linha cruzada na verdade é uma bela loira (Doris Day), ele finge ser um legítimo texano, gentil e romântico, contando diversas mentiras para a moça.

9- Harry Powell (O Mensageiro do Diabo/ The Night of the Hunter, 1955)


Fazendo-se passar por um correto religioso, Harry Powell (vivido por Robert Mitchum) vai de cidade em cidade enganando as pessoas, com o intuito de roubar e cometer assassinatos.

10- Susan Applegate (A Incrível Suzana/ The Major and the Minor, 1942)


Ginger Rogers está maravilhosa como uma mulher adulta que finge ser uma adolescente de 12 anos para poder parar apenas metade do valor da passagem de trem para voltar pra sua cidade natal. Mesmo atraindo algumas desconfianças, ela consegue enrolar a todos com suas invenções.
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