domingo, 8 de outubro de 2023

A volta de Philip Marlowe em 'Sombras de um Crime' (2022)

 


Ele não era genial como Sherlock Holmes ou Hercule Poirot. Entretanto, nenhum outro detetive da ficção foi tão eficaz em lutar contra o crime na obscura Los Angeles da década de 40 quanto Philip Marlowe. Longe das telas há algumas décadas, o personagem foi redescoberto no longa de Neil Jordan, intitulado 'Sombras de um Crime' (no original, 'Marlowe'), de 2022. Estrelado por Liam Neeson, a produção tem a participação das atrizes Diane Kruger e Jessica Lange.

Quem é Philip Marlowe?


Criado em meados dos anos 30 pelo escritor Raymond Chandler, o personagem é um detetive particular sem tanto prestígio mas com uma certa reputação em seu ramo. Tem aproximadamente 40 anos, fuma e bebe fartamente. Em seu modesto escritório em Los Angeles, é encarregado dos mais diversos casos, que geralmente envolvem crimes e femme fatales. No cinema, Marlowe foi interpretado por grandes nomes, como Humphrey Bogart (foto acima), Robert Montgomery, Dick Powell e Robert Mitchum. Os livros de Chandler foram adaptados diversas vezes, incluindo também versões para o rádio e a televisão.

O longa de 2022, no entanto, não é adaptado de uma das obras originais de Raymond Chandler. O livro que deu origem ao filme é 'A Loura de Olhos Negros: Uma aventura de Philip Marlow' (The Black-Eyed Blonde, 2014), de autoria de Benjamin Black (pseudônimo do renomado escritor John Banville). 

O enredo


Bay City, Califórnia, 1939. O detetive Phillip Marlowe recebe uma nova cliente em seu escritório. A bela e misteriosa senhorita Cavendish solicita seus serviços para encontrar o amante desaparecido. Em meio a clubes noturnos, estúdios de cinema e informantes pouco confiáveis, o investigador segue os últimos passos de Nico Peterson. Com atividades profissionais duvidosas, que incluiam contrabando e romances com mulheres casadas, ele inicialmente é dado como morto. Cabe a Marlowe descobrir se Peterson foi assassinado ou está fingindo a própria morte, além dos reais motivos para todo o imbróglio em que se encontra.

Pontos positivos e pontos negativos da adaptação


Como pontos positivos do longa, destaco a ideia de trazer novamente para as telas um personagem tão marcante do cinema e da literatura como Marlowe, fazendo com que novas gerações o conheçam. A ambientação de época sempre me agrada muito, incluindo a atmosfera de mistério e desconfiança dos filmes noir. 

Falando neste subgênero tão querido pelos cinéfilos, vale ressaltar as referências aos clássicos noir presentes na produção, incluindo 'Relíquia Macabra' (The Maltese Falcon, 1941) e 'Chinatown' (1974). John Huston, que trabalhou em ambos, respectivamente como diretor e ator, também é homenageado pela presença de seu filho Danny Huston no elenco. 

Outra participação que merece ser evidenciada é a de Jessica Lange, longe das telas há quatro anos. A atriz, que vinha se dedicando mais à televisão, interpreta uma antiga estrela de Hollywood enfrentando o declínio de sua carreira. 


Apesar de inicialmente intrigante, o roteiro é o maior ponto negativo do filme. Embora muitas vezes narrativas lentas sejam necessárias para a construção de uma história, aqui a evolução morna do enredo não justifica tal escolha. Apesar de não ser exatamente previsível em sua totalidade, os desdobramentos da trama não surpreendem o suficiente o espectador, tornando o longa um tanto esquecível. O elenco, com nomes aclamados, tem atuações apenas corretas. O filme não chega a ser ruim porém carece de elementos e reviravoltas que o tornem algo além de mediano. 

Outro ponto a se levar em consideração, aqui mais especificamente para os conhecedores do personagem, é a escalação de Liam Neeson para o papel principal. Apesar de indiscutivelmente talentoso, o ator de 71 anos acaba sendo uma escolha inadequada para interpretar Marlowe, que tem em torno de 40 anos. A velhice é inclusive salientada em diversos diálogos do filme. Neeson, que vem sendo um protagonista constante em blockbusters de ação, acaba repetindo um pouco o clichê do herói envelhecido e de moralidade incorruptível na luta contra o crime. 

Infelizmente vou ter que militar

É impossível para mim não reparar na discrepância da indústria do cinema em relação à velhice. Vencedora de prêmios como Oscar, Emmy, Tony, SAG Award e Globo de Ouro, Jessica Lange continua na ativa, porém com clara escassez de bons papéis. Já Liam Neeson, apenas 3 anos mais novo, emplaca um filme atrás do outro, geralmente como protagonista. Apesar de ser quase uma unanimidade em sua atuação e também ter diversas premiações no currículo, fica clara a distinção entre homens e mulheres em Hollywood, mesmo em pleno século XXI. É admirável que atores como Neeson continuem sendo valorizados, com seu devido mérito reconhecido. O que é lamentável é que o mesmo não aconteça com a maioria das atrizes, que raramente conseguem papéis de destaque em longas que não sejam sobre doenças, decadência ou qualquer assunto relacionado à idade. 

Ficha Técnica:

Direção: Neil Jordan;
Roteiro: William Monahan e Neil Jordan. Baseado no romance de John Banville. Personagem original de Raymond Chandler;
Duração: 1 h e 49 min.
Elenco principal: Liam Neeson, Diane Kruger, Jessica Lange, Alan Cumming e Danny Huston;
Gênero: Mistério, crime, neo-noir;
País de origem: EUA
Idioma: Inglês

O filme está disponível pelo Prime Vídeo.

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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Casais da vida real que pouca gente lembra que existiram

O que não falta na história do cinema são casais de atores que passaram da ficção para a realidade e foram amplamente divulgados pela imprensa, como Elizabeth Taylor e Richard Burton ou Alain Delon e Romy Schneider. Há também as duplas queridinhas do público, cuja parceria se tornou lendária, como Paul Newman e Joanne Woodward ou Humphrey Bogart e Lauren Bacall.

Mas, aqui, o que vamos explorar são casais que por algum motivo já não são mais tão lembrados assim pela grande maioria das pessoas. Vou separá-los em três categorias: Casados, namorados e casos.Vou fazer essa divisão porque nos relacionamentos assumidos geralmente existem mais provas, já em casos (que muitas vezes são extraconjugais) nem sempre existem registros e informações que não sejam de veículos de fofoca. 


Casados oficialmente


Ava Gardner e Mickey Rooney



Mickey Rooney já era um ator popular quando conheceu a então novata Ava Gardner. O astro, que fazia enorme sucesso com a série de filmes do personagem 'Andy Hardy', se encantou com a enorme beleza da jovem, recém-contratada pela MGM, fazendo de tudo para conquistá-la. Vinda do interior e criada em uma família conservadora, Ava era ainda bastante inocente na ocasião. Os dois se casaram em 10 de janeiro de 1942 e, segundo algumas fontes, foi com Rooney sua primeira experiência sexual. A união, entretanto, terminou em divórcio no ano seguinte, por conta das constantes infidelidades do ator.

Jane Wyman e Ronald Reagan  


Os dois se conheceram quando trabalharam juntos no longa 'Os Cadetes do Barulho' (Brother Rat, 1938). Após um breve namoro, ficaram noivos e se casaram em 26 de janeiro de 1940. O casal teve duas meninas, Maureen Elizabeth Reagan, nascida em 1941, e Christine Reagan, que morreu um dia após seu nascimento, em 1947. Eles também adotaram um filho, Michael Edward Reagan, que nasceu em 1945. Eles se divorciaram oficialmente em 1949, com a alegação de diferenças políticas. Curiosamente, a atriz era republicana registrada, enquanto Reagan, nesta época, ainda era democrata.

Joan Blondell e Dick Powell


Joan Blondell e Dick Powell casaram-se em 19 de setembro de 1936. Os dois já haviam trabalhado juntos em diversos filmes, como 'Cavadoras de Ouro' (Gold Diggers of 1933), Belezas em Revista (Footlight Parade, 1933) e 'Gondoleiro da Broadway' (Broadway Gondolier, 1935). Em 1938, eles tiveram uma filha, Ellen Powell. O ator também adotou o filho do casamento anterior de Blondell, Norman Scott Powell, nascido em 1935. O casamento terminou em divórcio em 1944.

Margaret Sullavan e Henry Fonda


Os dois atores se casaram muito jovens, em 25 de dezembro de 1931, enquanto ambos se apresentavam com os University Players (uma companhia de teatro universitária) em sua temporada de inverno em Baltimore, Maryland. O casamento durou apenas alguns meses e o divórcio foi finalizado em 1933. Posteriormente, chegaram a trabalhar juntos em 'Vivendo na Lua' (The Moon's Our Home, 1936), onde o romance foi brevemente reacendido. Apesar da separação, eles permaneceram grandes amigos por toda a vida.

Paulette Goddard e Burgess Meredith


Por mais que já tivessem atuado juntos no musical 'Amor da Minha Vida' (Second Chorus, 1940), Paulette Goddard e Burgess Meredith se casaram apenas em 1944, em uma cerimônia na casa de David O. Selznick, em Beverly Hills. Durante o período em que estiveram casados, dividiram as telas também nos filmes 'Segredos de Alcova' (The Diary of a Chambermaid, 1946) e 'Nosso Alegre Caminho' (On Our Merry Way, 1948). Embora Paulette nunca tenha tido filhos, sua única gravidez conhecida pelos biógrafos aconteceu durante a união com Meredith, em 1944, que culminou em um aborto espontâneo. Os dois se divorciaram em 1949.

Namorados

Olivia de Havilland e James Stewart 


Era prática comum em Hollywood que os agentes persuadissem seus pupilos a irem juntos em grandes eventos para atrair a atenção da mídia. James Stewart foi convidado a acompanhar a jovem estrela Olivia de Havilland na pré-estreia de 'E o Vento Levou' (Gone With the Wind) em Nova York, no final de 1939. Muito tímidos, os dois logo criaram uma conexão e iniciaram um romance em 1940. Inseparáveis, eles iam juntos a shows e jantares, faziam passeios de carro e se divertiam muito na companhia um do outro. Jimmy chegou até a propor casamento mas Olivia recusou, sabendo que seria um passo precipitado e impulsivo. O namoro chegou ao fim quando o ator se alistou no exército, no começo de 1941. Os dois tentaram manter contato mas o relacionamento já havia esfriado. A atriz chegou a ser convidada para estrelar 'A Felicidade Não Se Compra' (It's a Wonderful Life, 1946), mas recusou por achar que seria estranho fazer par romântico com seu ex.

Norma Shearer e George Raft


Viúva do produtor Irving Thalberg, falecido em 1936, Norma Shearer estava solteira novamente após quase 10 anos de casada. Depois de alguns breves romances, a atriz engatou um namoro com George Raft por volta de 1940. Os dois eram vistos em diversos eventos públicos e pareciam bastante apaixonados. O relacionamento era tão sério que o ator até planejava pedi-la em casamento. Entretanto, um pequeno detalhe o impediu de seguir adiante: Ele já era casado. Embora estivesse há muito separado de Grace Mulrooney, sua esposa desde 1923, ela se recusava terminantemente a conceder-lhe o divórcio sem uma generosa compensação financeira. Percebendo a falta de empenho de Raft em se divorciar, Norma constatou que a relação não teria futuro e optou por terminar de vez com o astro em 1941. 

Leslie Caron e Warren Beatty


Leslie Caron vivia um casamento em crise com o diretor Peter Hall, com quem teve dois filhos. A relação desgastada e o ressentimento do marido com sua carreira afastavam cada vez mais o casal. Foi então que a atriz conheceu Warren Beatty, cinco anos mais jovem que ela, e dono de uma enorme reputação com as mulheres. Os dois logo iniciaram um romance, tornando inevitável seu divórcio com Peter, oficializado em 1965. Leslie e Warren passaram a se relacionar publicamente, ganhando bastante atenção da imprensa. No cinema, atuaram juntos na comédia-romântica 'A Deliciosa Viuvinha' (Promise Her Anything, 1966). Embora as afeições de um dos homens mais cobiçados da época fossem lisonjeiras, a atriz chegou a negar seu pedido de casamento por conta de seu jeito excessivamente controlador. Quando Beatty comprou os direitos do filme 'Bonnie & Clyde', ele foi dolorosamente sincero com Leslie, revelando que ela não poderia interpretar a protagonista por ser velha demais. Ele havia oferecido o papel para Natalie Wood, sua ex-namorada, que declinou da proposta. Com o início das gravações, tendo Faye Dunaway no papel principal, Leslie ficou em Londres com os filhos, enquanto Warren estava filmando em Hollywood, o que culminou no término do casal.

Pier Angeli e Kirk Douglas


O astro Kirk Douglas e a então iniciante Pier Angeli se conheceram durante as gravações do drama 'A História de Três Amores' (The Story of Three Loves, 1953). Um notório mulherengo, Douglas se apaixonou perdidamente pela beleza etérea da jovem italiana e os dois chegaram a ficar noivos no mesmo ano. Mas o romance entre os dois chegou ao fim tão rápido quanto começou. No ano seguinte, ambos já estavam casados com outras pessoas. Douglas subiu ao altar com Anne Buydens e Pier Angeli, após um breve e intenso namoro com James Dean, se uniu a Vic Damone.

Dolores Del Río e Orson Welles


Ainda adolescente, Orson Welles se apaixonou platonicamente por Dolores Del Río ao assistir 'Ave do Paraíso' (Bird of Paradise, 1932). Alguns anos mais tarde, já como uma jovem promessa do cinema, Welles teve a oportunidade de conhecer pessoalmente a beldade mexicana durante uma festa em Hollywood, em 1939. Nem a diferença de onze anos de idade, nem o fato de ambos serem casados, impediu que a imediata atração entre os dois se transformasse em um romance. Já divorciados de seus respectivos parceiros, apareciam frequentemente juntos em público. A atriz era seu porto seguro durante as filmagens de 'Cidadão Kane' (Citizen Kane, 1941), considerada sua obra-prima. Os dois também trabalharam juntos na produção 'Jornada do Pavor' (Journey Into Fear, 1943). Com as polêmicas geradas com 'Cidadão Kane', Welles passou a ser perseguido pelo magnata William Randolph Hearst, considerado a inspiração para o personagem principal. Para evitar problemas, o cineasta foi enviado para o Rio de Janeiro, com o intuito de gravar um documentário no país, intitulado 'It's All True', ajudando também a estreitar os lados entre Brasil e EUA. Ao chegar no país, Welles não resistiu à boemia carioca e passou a frequentar as agitadas noites da cidade, além de ter inúmeros casos. Com a falta de respostas às suas cartas, aliada ao declínio de sua carreira em Hollywood, Dolores Del Río optou por retornar ao México, onde foi um dos maiores nomes da Era de Ouro do Cinema Mexicano. Apesar do término nada respeitoso, muitos consideram que a atriz tenha sido o grande amor da vida de Orson Welles.

Casos

Barbara Stanwyck e Robert Wagner


Embora tenha acontecido no início dos anos 50, o romance entre os dois foi mantido em segredo absoluto até o lançamento do livro 'Pieces of My Heart', autobiografia de Robert Wagner, publicada em 2008. Barbara Stanwyck, então com 45 anos, conheceu o jovem ator de 22 anos durante as gravações do filme 'Náufragos do Titanic' (Titanic, 1953). A atriz havia se divorciado há cerca de dois anos do também ator Robert Taylor e prometera a si mesma nunca mais se casar. Wagner era ainda um astro em ascensão e um antigo admirador do trabalho de Stanwyck. Os dois se aproximaram e iniciaram um caso apaixonado de aproximadamente quatro anos. Entretanto, segundo os relatos de seu livro, Barbara sabia que a diferença de 23 anos entre o casal seria um enorme escândalo e optou por terminar o relacionamento . 'Eu sempre teria sido o Sr. Stanwyck e nós dois sabíamos disso', escreveu Wagner em suas memórias.

Judy Garland e Tyrone Power


O relacionamento entre os dois astros começou em 1943. Na época, Judy Garland ainda era legalmente casada com o compositor David Rose, porém o casal já estava separado. Tyrone Power era casado com a atriz Annabella. Embora breve, o caso entre os dois foi intenso e apaixonado, com Garland chegando a engravidar do ator. Louis B. Mayer, chefe da MGM, e um lendário tirano com seus contratados, tinha em Judy Garland uma de suas principais vítimas, já que a atriz era uma das estrelas mais rentáveis do estúdio. Mayer contratou uma assistente particular para sua pupila, que na realidade era sua informante sobre todos os passos da jovem. Judy foi obrigada por Mayer e pela mãe a fazer um aborto, já que uma gravidez nestas circunstâncias teria um enorme impacto em sua imagem pública. Sobre o fim do relacionamento, há os que acreditam que o motivo foi a relutância de Power em se divorciar. Há também a versão de que Mayer fez com que Judy acreditasse que o ator lia suas cartas em voz alta para os soldados, visto que neste período ele estava servindo ao exército durante a Segunda Guerra. 

Jean Seberg e Clint Eastwood


O filme 'Os Aventureiros do Ouro' (Paint Your Wagon, 1969) une dois gêneros bem diferentes, o faroeste e o musical, fazendo os 'durões' Clint Eastwood e Lee Marvin soltarem a voz. Para além do excêntrico enredo, os bastidores do longa também formaram um casal aparentemente inusitado, com o já consolidado herói de 'Bang Bang' Eastwood e a sofisticada Jean Seberg. A atriz conciliava sua carreira em Hollywood com seu título de musa da nouvelle vague francesa. Apesar de ambos serem casados na época, apenas um deles mergulhou de cabeça na relação. Perdidamente apaixonada, Jean pediu o divórcio para seu marido, o romancista Romain Gary, na esperança de iniciar oficialmente um namoro com seu colega de elenco. Porém, apesar de ter se encantado com a sensibilidade e a delicadeza de Seberg, Clint não tinha a menor intenção de se divorciar de sua esposa, Maggie Johnson. O astro, que possui até alguns filhos fora de seus casamentos, era abertamente infiel. Uma de suas amantes, inclusive, chegou a fazer figuração em 'Os Aventureiros do Ouro', sem que Seberg soubesse. Para o enorme choque e decepção da atriz, quando as gravações foram encerradas, o caso entre os dois também teve seu fim decretado. Quando se reencontraram novamente nos corredores do estúdio, Clint passou a tratá-la friamente, apenas como uma mera conhecida, para o consternamento da estrela. 

Vivien Leigh e Peter Finch


Ao lado de Laurence Olivier, com quem se casou em 1940, Vivien Leigh formava um dos casais mais respeitados do cinema e do teatro. Entretanto, fora dos olhares do público, a relação entre os dois há muito já havia desmoronado. A atriz, diagnosticada com bipolaridade, sofria com as constantes oscilações de humor. Seus hábitos nada saudáveis, como cigarros e bebidas em excesso, aliados à carência em tratamentos eficazes para doenças psiquiátricas na época, a deixavam ainda mais vulnerável. Apesar do grande amor que sentiam, os constantes colapsos mentais de Vivien acabaram enfraquecendo a relação entre os dois. Não eram raras as infidelidades da atriz durante seus episódios de mania. Em 1953, com o início das gravações do filme 'No Caminho dos Elefantes' (Elephant Walk), com locações no Ceilão, Peter Finch foi escalado como um dos protagonistas. O ator, que era casado com Tamara Finch, e um velho amigo do casal, foi escolhido para ajudar a tomar conta de Vivien. Inebriados com o clima quente e exótico do país, os dois iniciaram um relacionamento amoroso regado a álcool e conversas sob as estrelas. Apesar do romance, a atriz teve diversos surtos durante as filmagens, chegando a perseguir Finch o chamando de Larry. Com algumas cenas mental e fisicamente desafiadoras no roteiro, a produção percebeu que Leigh não teria condições de continuar no projeto. Laurence Olivier foi notificado sobre o estado de sua esposa e Elizabeth Taylor foi contratada para substituí-la no papel principal. 

Audrey Hepburn e Ben Gazzara


Após separar-se de Mel Ferrer, Audrey Hepburn tinha encontrado o amor novamente, desta vez ao lado do psiquiatra italiano Andrea Dotti. Decidida a fazer o casamento dar certo, ela chegou a se aposentar do cinema em 1967 e foi morar na Europa, dedicando-se exclusivamente à família. Mas seu castelo de cartas logo ruiu, diante das inúmeras infidelidades do marido, que procurava mulheres mais jovens em suas aventuras. Diante do iminente fracasso de seu segundo matrimônio, a atriz voltou a aceitar eventuais convites para atuar. Em 1979, ela foi escalada para protagonizar 'A Herdeira' (Bloodline), adaptação da obra de Sidney Sheldon, que contava com um elenco estelar. Dentre seus colegas, estava Ben Gazzara. Os dois passavam por situações parecidas em seus respectivos relacionamentos. Segundo o próprio ator 'Ela estava infeliz em seu casamento e sofrendo. Eu estava infeliz e sofrendo em meu casamento. Nos unimos e demos consolo um ao outro e nos apaixonamos, mas era impossível. Ela tinha uma vida na Europa, na Suíça. Eu estava em Los Angeles com outra vida. A vida atrapalhou o romance.' Apesar do término, eles atuaram juntos novamente em 'Muito Riso e Muita Alegria' (They All Laughed, 1981).
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sábado, 4 de fevereiro de 2023

Astros e estrelas do cinema clássico que eram conhecidos por alcunhas

Sendo fã de cinema clássico, você já deve ter se deparado com diversos apelidos ou alcunhas dadas aos astros e estrelas de Hollywood. Em na nossa língua portuguesa, essa troca é uma figura de linguagem, conhecida como 'antonomásia', onde substituímos o nome de alguém por uma expressão, sabendo que todos irão identificar de quem se fala. Abaixo, uma pequena listinha com alguns destes casos:


John Wayne - The Duke


Nascido em Winterset, Iowa, o futuro astro se mudou ainda na infância com a família para Glendale, California. Na nova cidade, logo chamou a atenção por andar sempre com seu cachorro, da raça Airedale Terrier, chamado Duke. Alguns bombeiros do local, passaram a brincar com ele, o apelidando como 'Jovem Duke' (Young Duke). Como seu nome de batismo era Marion Michael Morrison, ele acabou gostando de ser conhecido como 'Duke' e o apelido perdurou durante toda a sua vida. O ator chegou até a ser creditado como Duke Morrison em seu primeiro trabalho, trocando posteriormente seu nome artístico para John Wayne.

Cyd Charisse - The Legs


Com cerca de 1,70 cm de altura, a bela morena, que bailava ao lado de ninguém menos que Fred Astaire e Gene Kelly, não demorou a chamar a atenção do público por suas longas pernas, torneadas por anos de ballet clássico. Curiosamente, a atriz iniciou as aulas de dança aos 6 anos de idade, para ajudar em sua recuperação, após contrair poliomielite, doença que pode acarretar fraqueza e até a paralisia dos membros inferiores. Supostamente, a MGM teria feito, inclusive, um seguro para as pernas da estrela durante os anos 50. Não é um fato tão apurado o tal seguro, que algumas fontes citam como sendo de um milhão, outras como 5 milhões. Entretanto, sendo verdade ou apenas um subterfúgio publicitário do estúdio, o mito sobre 'as pernas mais bonitas (e valiosas) de Hollywood' ficou cada vez mais forte. 

Esther Williams - A Sereia de Hollywood


Esther Williams iniciou sua carreira como nadadora profissional, sendo 3 vezes campeã nacional de natação nos Estados Unidos. Seu sonho de competir nas Olimpíadas nunca se realizou, pois a Segunda Guerra impediu sua participação, nas edições de 1940 e 1944. Após ser contratada pela MGM, a atriz passou a fazer sucesso no gênero musical, em enorme popularidade na década de 40. Seus filmes, entretanto, tinham o diferencial de ter belíssimas coreografias na água, fazendo dela uma artista única. E, como não poderia deixar de ser, as imagens aquáticas juntamente com a beleza feminina levaram ao clichê da associação com as sereias, seres mitológicos que representam os mistérios e a sedução do mar. Até mesmo em alguns de seus filmes, este apelido pode ser observado como em 'Escola de Sereias' (Bathing Beauty, 1944), 'A Sereia e o Sabido' (Texas Carnival, 1951) ou 'A Rainha do Mar' (Million Dollar Mermaid, 1952), que possui 'sereia' em seu título original apenas.

Steve McQueen - The King of Cool


*A palavra 'cool' em inglês significa legal, então a expressão 'The King of Cool' não tem uma tradução exata, mas seria algo como 'o rei dos descolados' ou algo neste estilo. 

Steve McQueem não chegou a fazer parte da 'divina trindade' dos rebeldes dos anos 50, formada por James Dean, Marlon Brando e Paul Newman. No entanto, sua carreira deu uma guinada nas décadas de 60 e 70, quando protagonizou clássicos como 'Fugindo do Inferno' (The Great Escape, 1963), 'Bullitt' (1968) e 'Os Implacáveis' (The Getaway, 1972). Seu jeito impetuoso e sua paixão por velocidade o levaram a ser também colecionador e piloto de carros e motos, chegando a participar de diversas competições. Até mesmo do mundo da moda ele chamou a atenção, tornando-se um ícone de estilo. Sua personalidade transgressora dentro e fora das telas aliada ao seu padrão de vida, com carros, bebidas e mulheres, o tornaram um ídolo masculino, sem que perdesse seu apelo de galã com o público feminino, ganhando sua alcunha de rei das coisas legais. 

Clark Gable - O Rei de Hollywood


Clark Gable não é chamado assim à toa! Em 1938, foi feita uma pesquisa de popularidade pelo jornal New York Daily News e o ator foi oficialmente eleito e coroado como o 'Rei de Hollywood', recebendo o título e até uma coroa das mãos de Ed Sullivan. O título acabou perdurando por toda sua carreira. Ao seu lado, como a Rainha de Hollywood, estava a atriz Myrna Loy.

Lon Chaney - O Homem das Mil Faces


Embora tenha falecido precocemente em 1930, aos 47 anos, o legado deixado por Lon Chaney é tão grandioso que o torna admirável até os dias de hoje. Um dos astros da era do cinema mudo, o ator destacou-se por sua versatilidade, geralmente interpretando figuras grotescas e personalidades transtornadas. Em uma época onde os recursos ainda eram muito limitados e não havia um departamento específico para maquiagem em filmes, Chaney foi um pioneiro nas caracterizações de seus personagens, utilizando pinturas, perucas e próteses para se transformar, fazendo dele um artista completo. Seus trabalhos, em sua maioria de terror, suspense e drama, incluem 'O Corcunda de Notre Dame' (The Hunchback of Notre Dame, 1923), 'Ironia da Sorte' (He Who Gets Slapped, 1924), 'O Fantasma da Ópera' (The Phantom of the Opera, 1925), 'Vampiros da Meia Noite' (London After Midnight, 1927) e 'O Monstro do Circo' (The Unknown, 1927). Extremamente discreto em sua vida privada, nas telas ele poderia ser quem quisesse, com uma aparência diferente a cada longa, milimetricamente elaborada por ele próprio, o que lhe valeu a alcunha de 'O Homem das Mil Faces'. Em 1957, foi produzida sua cinebiografia, estrelada por James Cagney, justamente com o título que lhe foi concedido, em inglês 'Man of a Thousand Faces'.

Buster Keaton - O Palhaço Que Não Ri


Ainda falando de astros do cinema mudo, Buster Keaton é um dos comediantes mais aclamados da sétima arte. Seu estilo único de comédia o diferenciava dos outros grandes nomes de sua geração, Charles Chaplin e Harold Lloyd. Embora fizesse o público gargalhar com seus filmes, Keaton se destacava por manter o rosto sempre sério, por vezes até melancólico. Essa excêntrica característica lhe rendeu o apelido de 'The Great Stone Face' (em tradução literal, 'A Grande Face de Pedra'), por sua ausência proposital de expressões faciais. No Brasil, o termo foi adaptado para 'O Palhaço Que Não Ri'. Em uma entrevista, o ator chegou a explicar os motivos pelos quais adotou esta tática: 'Bem, veja, aprendi isso no palco. Quando eu ria do que fazia, o público não ria. Então, quando fui para o cinema, não sorrir era mecanismo meu'. Assim como Lon Chaney, ele ganhou uma biografia em 1957, intitulada 'O Palhaço que não Ri' (The Buster Keaton Story), estrelada por Donald O'Connor.

Carmen Miranda - A Pequena Notável e Brazilian Bombshell


Carmen Miranda era tão icônica que teve um apelido nacional e um internacional! rs Embora tenha nascido em Portugal, Carmen veio morar no Rio de Janeiro ainda na infância e se considerava uma autêntica brasileira. Aqui, ela iniciou uma carreira de sucesso, sendo chamada pela imprensa de 'A Pequena Notável', em parte porque pequena era uma espécie de gíria da época para falar de mulheres jovens, mas também pelo alto dos 1,52 cm de altura da artista, que costumava utilizar enormes saltos de plataforma;

Quando Carmen ganhou fama internacional se apresentando em casas noturnas e, posteriormente, em Hollywood, passou a ser conhecida como The Brazilian Bombshell, por conta de sua presença exuberante e espalhafatosa. O termo Bombshell, em tradução literal, significa bomba. No entanto, era utilizado nos EUA para descrever mulheres sensuais e chamativas, como Marilyn Monroe ou Kim Novak.

Frank Sinatra - The Voice


O ator e cantor Frank Sinatra tinha uma série de apelidos, tanto públicos quanto apenas em seu grupo de amigos. Dentre os mais conhecidos, estão 'The Chairman of the Board' (O Presidente do Conselho), como passou a ser chamado após fundar sua própria gravadora, em 1960, chamada 'Reprise Records'; 'Blue Eyes' (Olhos Azuis) ou 'Ol' Blue Eyes' (sendo Ol' uma abreviação de Old, que significa Velho) também era um de seus pseudônimos mais famosos, sendo até o título de seu álbum de 1973, 'Ol' Blue Eyes Is Back'. No entanto, acredito que de todos, 'The Voice' (A Voz) seja o que mais nos remete a Sinatra. Obviamente, esta foi uma homenagem à sua inconfundível voz, sendo ele considerado um dos maiores cantores do século XX.

Alfred Hitchcock - O Mestre do Suspense


'Eu sou um diretor estigmatizado. Se eu fizesse 'Cinderela', o público imediatamente procuraria um corpo na carruagem', teria dito Alfred Hitchcock em uma entrevista. Um dos diretores mais conceituados do cinema, Hitchcock era famoso por seus longas de suspense e terror psicológico, sempre aliados a toques de seu humor ácido. Suas técnicas de filmagem e pioneirismo em longas do gênero são replicados até os dias de hoje. 'Rebecca, a Mulher Inesquecível' (Rebecca, 1940), 'Janela Indiscreta' (Rear Window, 1954), 'Um Corpo Que Cai' (Vertigo, 1958), 'Psicose' (Psycho, 1960) e 'Os Pássaros' (The Birds, 1963) são alguns dos exemplos de filmes que o fizeram ganhar o título de 'O Mestre do Suspense' (Master of Suspense).



Para que a postagem não fique ainda mais longa, vou parar por aqui. Mas, calma! Sei que ainda faltam vários nomes conhecidos para citar e pretendo fazer em breve uma segunda parte. Se quiser, pode até colocar aqui nos comentários quem você gostaria de ver na próxima lista.
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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Vale a pena assistir 'Blonde' (2022) ?

 


Confesso que não pretendia fazer uma postagem sobre o filme, por ter perdido o timing, já que a estréia ocorreu em setembro de 2022. No entanto, com a chegada da temporada de premiações, 'Blonde' tem sido novamente citado, positiva ou negativamente. Por isso, achei que valeria fazer uma avaliação rápida sobre a produção.


Um pouco sobre o filme


Estrelado por Ana de Armas e dirigido por Andrew Dominik, o longa da Netflix é um relato ficcional da conturbada vida de um dos maiores ícones da cultura pop mundial. Baseado no best-seller de mesmo nome da escritora Joyce Carol Oates publicado em 2000, a produção mistura fatos reais com situações romanceadas, com o objetivo de mostrar a mulher por trás do mito Marilyn Monroe. 


Pontos positivos

O principal ponto positivo do longa é, sem dúvida alguma, a atuação de Ana de Armas. A atriz, nascida em Cuba, não é nem de longe a escolha mais óbvia para interpretar Marilyn. Sua beleza morena e latina é quase oposta à figura loira tipicamente americana que tornou-se um símbolo da Hollywood dos anos 50. No entanto, o trabalho de caracterização, incluindo cabelo, maquiagem e figurinos, ficou impecável. Em muitas cenas, as duas mulheres, incrivelmente, ficam bastante parecidas. Mas é a total entrega de Ana à personagem que realmente faz com que o filme ganhe um pouco de respeito. Ela, inclusive, conseguiu escapar da temida indicação ao Framboesa de Ouro, das quais 'Blonde' foi o filme recordista. Ao contrário disso, seu desempenho foi reconhecido com uma indicação ao Oscar. 

Outro destaque da produção, é justamente a recriação dos figurinos icônicos de Monroe, desde sua época de modelo, passando por fotografias famosas, até as roupas utilizadas em seus próprios trabalhos nas telas. 


Pontos negativos

Na minha visão, a direção de Andrew Dominik é pretensiosa. O longa, que tem 2 horas e 46 minutos de maneira completamente desnecessária, torna-se cansativo não por sua duração, e sim pelas escolhas do diretor. Por ser um filme biográfico - ainda que cheio de elementos ficcionais - seria perfeitamente compreensível ter um tempo grande de tela, para que fossem abordados diversos temas de uma vida intensa e conturbada. Entretanto, o que assistimos são recortes avulsos, com passagens de tempo mal feitas, personagens que surgem sem muita explicação enquanto outros desaparecem sem esclarecimento algum. Dominik, que além de dirigir também foi o responsável pelo roteiro, tentou utilizar cenas fortes, como o polêmico encontro com Kennedy ou a pré-estréia em que Marilyn tem a sensação de ser devorada por homens que a observam, para chocar o espectador e tentar, de alguma forma, trazer o desconforto que a própria atriz sentia por sua exploração na indústria. Ainda assim, o filme tem cenas que beiram o ridículo, em especial as conversas imaginárias da protagonista com os fetos em sua barriga. 

Em resumo, o filme busca tanto o diferente que acaba saindo completamente dos trilhos. A preferência por estender cenas sem muita relevância e fazer apenas uma rápida passagem por pontos que talvez fossem ser bem mais interessantes foi o que mais me incomodou. Não vou entrar no mérito do excesso de nudez, que de fato ocorreu, mas que já seria uma outra discussão. Simplificando totalmente, é um filme ruim. Ainda que não fosse sobre a Marilyn, ainda que não tivesse elementos biográficos, o roteiro e a direção são simplesmente fracos. Você sequer consegue resumir o enredo, porque a sensação é que o roteiro ficou em segundo plano, se escorando nas polêmicas, na atuação da protagonista e na própria imagem da Marilyn, que por si só já vende e já atrai o público. 

Fica um sentimento de que seria muito mais digno ter pego todo o investimento da produção e o empenho de atuação da Ana de Armas para fazer um filme ou uma série realmente biográfica sobre a Marilyn, ao invés de pegar algo que de certa forma não acrescenta em muita coisa.


Vale a pena ver?

É claro! Afinal, o que é ruim pra mim pode ser ótimo pra você e é sempre válido tirar suas próprias conclusões sobre tudo. Para os fãs da Marilyn, a experiência pode ser um pouco frustrante. Porém, para alguém que não sabe muito sobre ela, pode ser uma porta a ser aberta para pesquisas mais profundas sobre a atriz e sobre seus filmes. 

E se você é fã ou deseja saber mais sobre a Marilyn, vou deixar algumas matérias do blog que possam te interessar:




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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A Cicatriz (Hollow Triumph, 1948), um filme noir subestimado

 


Dirigido por Steve Sekely e com Paul Henreid e Joan Bennett nos papéis principais, 'A Cicatriz' (Hollow Triumph ou The Scar, 1948) é um filme noir baseado na obra de mesmo nome do escritor Murray Forbes. 

Assista o filme gratuitamente no Youtube: Clique aqui

O cinema noir

Com seu ápice na década de 40, o subgênero noir é um derivado do suspense policial, com forte influência do Expressionismo Alemão. Um dos destaques dos filmes desta categoria é o fato de muitas vezes nos depararmos com protagonistas de caráter duvidoso. 

É claro que não são raros os longas noir com os tradicionais mocinhos tendo um crime para solucionar ou um vilão para combater. Entretanto, definitivamente, alguns dos maiores clássicos do cinema noir são permeados de crimes, assassinatos e traições cometidos pelos próprios personagens principais da trama. Exemplos não faltam, como 'Pacto de Sangue' (Double Indemnity, 1944), 'O Destino Bate à Sua Porta' (The Postman Always Rings Twice, 1946) ou 'O Mensageiro do Diabo' (The Night of The Hunter, 1955).

A história do protagonista vilão


Enquanto em alguns filmes temos protagonistas dúbios ou mapipuláveis, aqui não resta dúvida alguma de que seguiremos os passos de um criminoso frio e calculista. Logo nas primeiras cenas, acompanhamos Johnny Müller (Paul Henreid) sendo libertado da cadeira e tendo a oportunidade de um trabalho honesto para recomeçar a vida. A oferta é prontamente recusada, já que ele tem em mente planos melhores, como assaltar o cassino de um gângster com seu grupo de comparsas. Mesmo avisado sobre os perigos de uma retaliação caso fossem pegos, Johnny insiste na perfeição de seu plano e convence os amigos a seguirem em frente. Obviamente, o assalto dá errado e, embora consiga fugir, Johnny sabe que não demorará muito para ser encontrado e morto.

Assim, ele precisa não só fugir da cidade como se manter invisível para sobreviver. Após aceitar o enfadonho emprego que haviam lhe oferecido ao ser solto da prisão, ele começa a viver dia após dia a rotina de um cidadão comum. Mas sua sorte muda quando ele descobre, totalmente ao acaso, que existe um homem aparentemente idêntico a ele, com apenas uma diferença: uma cicatriz no rosto. 

Curioso, ele vai atrás de seu suposto sósia, o psiquiatra Victor Bartok, se dando conta de que a semelhança entre ambos não era apenas uma coincidência, era também uma oportunidade. Disposto a tudo, inclusive a matar, Johnny começa a preparar seus planos e estudar os costumes do médico, com o propósito de assassina-lo e tomar o seu lugar. 

Pontos positivos e negativos 

Aqui é a parte onde vou colocar um pouco sobre a minha visão pessoal sobre o filme. 


O filme claramente não tem nenhuma pretensão de ser uma obra-prima. Sendo assim, visando o entretenimento, é um filme noir bem interessante. Com pouco tempo de duração, cerca de 83 minutos, o enredo prende a atenção no decorrer da trama e o final é bastante satisfatório. Apesar disso, não posso deixar de destacar o roteiro repleto de situações convenientes, como o própria sósia que surge do nada, bem na cidade onde o protagonista foi parar, assim como outros acontecimentos que poderiam ter sido melhor trabalhados. Existe uma certa quantidade de circunstâncias oportunas que facilitam as vilanias do personagem, que acabam soando como furos no roteiro. No desfecho, entretanto, há um equilíbrio instigante que acaba deixando a história mais 'redonda' e com uma conclusão bem adequada e até surpreendente. 

Um pouco sobre os atores principais


Embora os nomes de Paul Henreid e Joan Bennett venham lado a lado na abertura, o ator é o protagonista absoluto do filme, com muito mais tempo de tela do que os demais. Além de atuar, ele também foi produtor do longa, já que se sentiu atraído pela oportunidade de interpretar um vilão pela primeira vez. Seus trabalhos mais conhecidos são 'A Estranha Passageira' (Now, Voyager, 1942) e 'Casablanca' (1942).

 Já Joan Bennett, apesar de bastante versátil, é basicamente uma rainha dos filmes noir, sendo a femme fatale de dois dos maiores clássicos do gênero: 'Um Retrato de Mulher' (The Woman in the Window, 1944) e 'Almas Perversas' (Scarlet Street, 1945).

Leslie Brooks não era uma atriz do primeiro escalão em Hollywood, atuando em papéis pequenos ou filmes de baixo orçamento. Ela pode ser vista em clássicos como 'Modelos' (Cover Girl, 1944), ao lado de Rita Hayworth, e em 'A Loira Tenebrosa' (Blonde Ice, 1948), onde teve o papel principal.

Ficha técnica

Direção: Steve Sekely
Roteiro: Daniel Fuchs, baseado na obra de Murray Forbes
Gênero: Suspense, policial, Noir
Duração: 1 hora e 23 minutos
País: EUA
Cor: Preto e branco


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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

E se tivesse uma copa do mundo com atores, atrizes e diretores clássicos..


Confesso que essa postagem é a mais pura brincadeira, apenas para aproveitar essa fase 'Copa do Mundo' que acabamos nos envolvendo e trazer para o universo do cinema clássico. Aqui, vou colocar um representante de cada país participante da copa deste ano. Claro que alguns países têm diversos astros, enquanto outros têm poucos, mas é apenas uma diversão.


Europa


França


Brigitte Bardot (28 de setembro de 1934) nasceu em Paris e dispensa apresentações. Um ícone do cinema francês, teve seu auge do final da década de 50 até os anos 70. Destacou-se em filmes como 'E Deus Criou a Mulher' (Et Dieu… créa la femme, 1956), 'A Verdade' (La Vérité, 1960) e 'O Desprezo' (Le Mépris, 1963).

Inglaterra


Sir Laurence Olivier (22 de maio de 1907 - 11 de julho de 1989), nascido em Dorking, no Reino Unido, é um dos mais conceituados atores britânicos da história, sendo especialmente conhecido por suas atuações nas adaptações das obras de Shakespeare, como 'Hamlet' (1948), além de ter protagonizado diversos clássicos, como 'O Morro dos Ventos Uivantes' (Wuthering Heights, 1939) e 'Rebecca, a Mulher Inesquecível' (Rebecca, 1940).

Espanha


Sara Montiel (10 de março de 1928 - 8 de abril de 2013) nasceu em Campo de Criptana, na Província de Ciudad Real, na Espanha. Trabalho no México e em Hollywood, mas foi em seu país natal que se tornou uma estrela de primeira grandeza, atuando em filmes como 'A Última Canção' (El Último Cuplé, 1957), 'La Violetera' (1958) e 'Carmen de Ronda' (Carmen la de Ronda, 1959).

Portugal


Aqui poderíamos muito bem ter nossa Carmen Miranda (9 de fevereiro de 1909 - 5 de agosto de 1955) como uma representante do Brasil, já que a própria se identificava como brasileira, mas como estamos considerando o país de nascimento, ela constará como portuguesa, já que veio ao mundo em Marco de Canaveses, no distrito do Porto. Dentre alguns dos trabalhos da atriz e cantora em Hollywood, destacam-se 'Serenata Tropical' (Down Argentine Way, 1940), 'Uma Noite no Rio' (That Night in Rio, 1941) e 'Entre a Loira e a Morena' (The Gang's All Here, 1943).

Alemanha 


Marlene Dietrich (27 de dezembro de 1901 - 6 de maio de 1992), nasceu em Berlim e foi uma das maiores lendas do cinema, tornando-se também um ícone da moda, por sua ousadia ao ser uma das primeiras mulheres a adotar o uso calças em plena década de 30. Atriz e cantora, alguns de seus principais trabalhos incluem 'O Anjo Azul' (Der Blaue Engel, 1930), 'Marrocos' (Morocco, 1930) e 'Testemunha de Acusação' (Witness for the Prosecution, 1957).

Polônia


E o que seria do cinema sem os diretores? Para homenagea-los, temos Billy Wilder (22 de Junho de 1906 - 27 de Março de 2002), nascido em Sucha Beskidzka, na Polônia. Além de cineasta, Wilder também foi um prolífico roteirista. Alguns dos maiores clássicos do cinema tiveram Wilder por trás das câmeras, como 'Pacto de Sangue' (Double Indemnity, 1944), 'Crepúsculo dos Deuses' (Sunset Boulevard, 1950) e 'Quanto Mais Quente Melhor' (Some Like It Hot, 1959).

País de Gales


Richard Burton (10 de novembro de 1925 - 5 de agosto de 1984) nasceu na pequena vila de Pontrhydyfen, no município de Neath Port Talbot. Conhecido tanto por sua sólida carreira como ator quanto por sua turbulenta vida pessoal, Burton é frequentemente associado a Elizabeth Taylor, com quem casou-se duas vezes e estrelou diversos filmes, dentre eles o infame 'Cleópatra' (1963). Além de sua parceria com a Taylor, ele protagonizou clássicos como 'Becket, o Favorito do Rei' (Becket, 1964) e 'A Noite do Iguana' (The Night of the Iguana, 1964).

Croácia


Apesar de ser considerada uma das divas italianas, Alida Valli (31 de maio de 1921 - 22 de Abril 2006) nasceu na cidade de Pula, localizada na Península de Ístria, na Croácia. Com sua beleza e talento, fez filmes tanto em Hollywood quanto na Europa, destacando-se 'Agonia de Amor' (The Paradine Case, 1947), 'O Terceiro Homem' (The Third Man, 1949) e 'Os Olhos Sem Rosto' (Les Yeux sans visage, 1960).

Holanda


Nina Foch ( 20 de abril de 1924 - 5 de dezembro de 2008) nasceu na charmosa provincia holandesa de Leiden. Embora muitas vezes atuasse como coadjuvante, a atriz esteve presente em clássicos aclamados de Hollywood, como 'Sinfonia de Paris' (An American in Paris, 1951), 'Scaramouche' (1952) e 'Spartacus' (1960).

Dinamarca


Musa absoluta da nouvelle vague francesa, Anna Karina (22 de setembro de 1940 - 14 de dezembro de 2019) nasceu, na realidade, em Frederiksberg, na Dinamarca. Apesar disso, sua carreira desenvolveu-se na França, tendo como alguns de seus principais trabalhos 'Uma Mulher é uma Mulher' (Une femme est une femme, 1961), 'Banda à Parte ' (Bande à part, 1964) e 'O Demônio das Onze Horas' (Pierrot le fou, 1965).

Bélgica


Sinônimo de elegância e uma das atrizes mais queridas do cinema clássico, Audrey Hepburn (4 de maio de 1929 - 20 de janeiro de 1993) nasceu na comuna de Ixelles, na capital Bruxelas. Alguns de seus filmes mais famosos são 'A Princesa e o Plebeu' (Roman Holiday, 1953), 'Bonequinha de Luxo' (Breakfast At Tiffany's, 1961) e 'Minha Bela Dama' (My Fair Lady, 1964).

Suíça


Um dos maiores símbolos sexuais da década de 60, Ursula Andress (19 de março de 1936) nasceu em Ostermundigen, no distrito de Berna-Mittelland. Alguns dos longas mais conhecidos estrelados por ela são '007 contra o Satânico Dr. No' (Dr. No, 1962), 'O Seresteiro de Acapulco' (Fun in Acapulco, 1963) e 'Casino Royale' (1967).

Sérvia


A atriz Beba Lončar (28 de abril de 1943) nasceu em Belgrado, nasceu em Belgrado, na antiga Iugoslávia, atualmente Sérvia. Apesar de não ser muito conhecida, fez sua carreira na Europa, aparecendo em mais de 50 filmes, como 'Os Legendários Vikings' (The Long Ships, 1964), 'Confusões à la Italiana' (Signore & signori, 1966) e 'Some Girls Do' (1969).


América do Sul


Brasil


Carioca da gema, Tônia Carrero (23 de agosto de 1922 - 3 de março de 2018) nasceu no Rio de Janeiro. Uma das grandes damas do teatro, da televisão e do cinema no Brasil, ela destacou-se nas telonas em filmes como 'Quando a Noite Acaba' (1950), 'Tico-tico no Fubá' (1952) e 'É Proibido Beijar' (1954).

Argentina


Fernando Lamas (9 de Janeiro de 1915 - 8 de Outubro de 1982) nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina. O ator fez carreira em Hollywood, além de ter sido casado com duas grandes divas do cinema: Arlene Dahl e Esther Williams, com quem foi casado até sua morte. Dentre seus filmes mais conhecidos estão 'A Viúva Alegre' (The Merry Widow, 1952), 'Salve a Campeã' (Dangerous When Wet, 1953) e 'A Jovem que Tinha Tudo' (The Girl Who Had Everything, 1953).

Uruguai


George Hilton (16 de julho de 1934 - 28 de julho de 2019) nasceu na capital Montevidéu e teve o auge de sua carreira na Itália, onde atuou, principalmente, nos chamados spaghetti westerns. Alguns de seus trabalhos mais notáveis são 'Tempo de Massacre' (Le colt cantarono la morte e fu... tempo di massacro, 1966), 'Vou, Mato e Volto' (Vado... l'ammazzo e torno, 1967) e 'O Estranho Vício da Senhora Wardh' (Lo strano vizio della signora Wardh, 1971).

Equador


Albert Paulsen (13 de dezembro de 1925 - 25 de abril de 2004) nasceu na cidade de Guayaquil, no Equador. Como ator, destacou-se mais na televisão, onde fez inúmeras participações. No cinema, geralmente atuava como coadjuvante, aparecendo em clássicos como 'Sob o Domínio do Mal' (The Manchurian Candidate, 1962), 'Peter Gunn em Ação' (Gunn, 1967) e 'Como Roubar o Mundo' (How to Steal the World, 1969).

América do Norte e América Central


Estados Unidos


Um dos maiores astros da história do cinema americano, John Wayne ( 26 de maio de 1907 - 11 de junho de 1979) nasceu em Winterset, no estado de Iowa. Com uma carreira lotada de clássicos, onde geralmente era o protagonista, destacam-se longas como 'Depois do Vendaval' (The Quiet Man, 1952), 'Rastros de Ódio' (The Searchers, 1956) e 'Bravura Indômita' (True Grit, 1969).

Canadá


Mary Pickford ( 8 de abril de 1892 - 29 de maio de 1979) nasceu em Toronto, na província de Ontário, no Canadá. O maior nome feminino do cinema mudo, a atriz foi uma das pioneiras do cinema, fazendo parte da realeza de Hollywood da década de 20. Dentre seus principais trabalhos estão 'The Poor Little Rich Girl' (1917), 'Aves Sem Ninho' (Sparrows, 1926) e 'Coquete' (1929).

México


Uma das primeiras estrelas latinas em Hollywood, Dolores del Río (3 de agosto de 1904 - 11 de abril de 1983) nasceu em Victoria de Durango, no estado de Durango, no México. Com a carreira iniciada ainda na era do cinema mudo, a atriz fez sucesso em filmes como 'Ave do Paraíso' (Bird of Paradise, 1932), 'Voando Para o Rio' (Flying Down to Rio, 1933) e 'Jornada do Pavor' (Journey Into Fear, 1943).

Costa Rica


Crox Alvarado (3 de maio de 1910 - 30 de janeiro de 1984) nasceu em San José, capital da Costa Rica, e foi considerado um astro popular durante a Era de Ouro do Cinema Mexicano. Atuou em filmes como 'Doña Diabla' (1950), 'A Rede' (La Red, 1953) e 'A Múmia Asteca' (La Momia Azteca, 1957).

Ásia

*A Austrália fica na Oceania, mas participa das eliminatórias da Ásia. Isso acontece por não haver uma vaga direta para países da Oceania e pela superioridade técnica da Austrália diante das demais seleções de seu continente. 


Austrália 


Um dos maiores astros da década de 30, Errol Flynn (20 de junho de 1909 - 14 de outubro de 1959) nasceu em Hobart, no estado da Tasmânia, na Austrália. Dentre os inúmeros clássicos estrelados por ele, podemos destacar 'Capitão Blood' (Captain Blood, 1935), 'As Aventuras de Robin Hood' (The Adventures of Robin Hood, 1938) e 'O Gavião do Mar' (The Sea Hawk, 1940).

Japão


Mais um diretor para nossa lista! Seria impossível não citar Akira Kurosawa (23 de março de 1910 - 6 de setembro de 1998) como representante japonês. Nascido na capital, Tóquio, o cineasta é uma referência não só no cinema asiático, como em âmbito mundial. Alguns de seus trabalhos mais importantes incluem 'Os Sete Samurais' (Shichinin no Samurai, 1954), 'Trono Manchado de Sangue' (Kumonosu-jô, 1957) e 'Yojimbo - O Guarda-Costas' (Yojimbo, 1961).

Irã


Outro cineasta que levou o nome de seu país a um patamar de reconhecimento mundial, foi o iraniano Abbas Kiarostami (22 de junho de 1940 - 4 de julho de 2016), que também era poeta, roteirista, produtor e fotógrafo. Nascido em Teerã, alguns dos seus trabalhos que receberam maior aclamação foram 'Onde Fica a Casa do Meu Amigo?' (Khane-ye Doust Kodjast?, 1987), 'Close-up' (1990) e 'Gosto de Cereja' (Ta'm e guilass, 1997).

*Alerta de apelação a seguir hahahahaha*

Alguns países eu precisei dar uma apeladinha básica porque tive dificuldades em achar atores (as) e diretores.

Coréia do Sul


Aqui nós temos um grau leve de apelação, com Philip Ahn (29 de março de 1905 - 28 de fevereiro de 1978). Embora tenha nascido em Los Angeles, nos EUA, ele era filho de dois ativistas coreanos que imigraram para a América, além de ser considerado o primeiro ator coreano a fazer sucesso em Hollywood. Ele também continuou o legado do pai na luta pela independência da Coréia e era um grande defensor das causas da comunidade coreana. Participou de filmes como 'Tráfico Humano' (Daughter of Shanghai, 1937), 'O Rei do Bairro Chinês' (King of Chinatown, 1939) e 'Irmãos em Alma' (China, 1943).

Arábia Saudita


Embora tenha ascendência americana, Lisa Eilbacher ( 05 de maio de 1956) nasceu em Dhahran, na Arábia Saudita. Ela se destacou em longas como 'Dez Minutos Para Morrer' (10 to Midnight, 1983), 'Um Tira da Pesada' (Beverly Hills Cop, 1984) e 'O Detonador de Alta Voltagem' (Live Wire, 1992).

*Alerta de forçação de barra em nível máximo!!*

Catar  Oriente Médio


Sim, eu sei, essa foi uma apelação fortíssima! hahahaha Simplesmente não achei nenhum representante para o Catar, então optei por colocar o grande Omar Sharif (10 de abril de 1932 - 10 de julho de 2015). Embora o ator seja Egípcio, nascido em Alexandria, o país liga o continente africano ao Oriente Médio. Então, como tanto Catar quanto Egito são do Oriente Médio, na minha mente fez sentido rs, afinal o ator é um dos mais proeminentes astros de origem árabe com fama mundial. Dentre seus principais filmes, estão 'Lawrence da Arábia' (Lawrence of Arabia, 1962), 'Doutor Jivago' (Doctor Zhivago, 1965) e 'Funny Girl - Uma Garota Genial' (Funny Girl, 1968).

África

Tunísia


Outra diva italiana que nasceu em um país diferente foi Claudia Cardinale (15 de abril de 1938), cuja cidade natal é Tunes, na Tunísia. Com diversos clássicos no currículo, a atriz esteve em filmes como 'O Leopardo' (Il Gattopardo, 1963), 'Os Profissionais' (The Professionals, 1966) e 'Era uma Vez no Oeste' (C'era una volta il West, 1968).

Marrocos


Jean Reno (30 de julho de 1948) nasceu na icônica cidade de Casablanca, no Marrocos, que na época era um protetorado francês. O ator é filho de espanhóis que fugiram de sua terra natal para escapar do regime do ditador Franco. Dentre seus principais trabalhos estão 'Nikita - Criada Para Matar' (Nikita, 1990), 'O Profissional' (Léon, 1994) e 'Ronin' (1998).

Senegal


Johnny Sekka (21 de julho de 1934 - 14 de setembro de 2006) foi um ator senegalês nascido na capital Dakar. Embora geralmente atuasse como coadjuvante, contracenou com alguns dos grandes astros de Hollywood, aparecendo em filmes como 'Lá Fora Ruge o Ódio' (Flame in the Streets, 1961), 'Estrela do Sul' (The Southern Star, 1969) e 'Maomé - O Mensageiro de Alá' (The Message, 1976).

*Alerta para novas apelações rsrs 

Os dois países seguintes têm sim atores e atrizes nativos, porém conhecidos localmente, atuando mais em produções nacionais, segundo as minhas pesquisas. Optei por colocar dois atores conhecidos globalmente, com descendência direta, e que provavelmente muitas pessoas desconhecem que tem estas origens. 


Camarões


Yaphet Kotto (15 de novembro de 1939 - 15 de março de 2021) nasceu em Nova York, nos EUA, sendo descendente de caribenhos por parte de mãe e filho de um empresário camaronês, que foi para a América na década de 20. Alguns dos trabalhos mais conhecidos do ator são 'A Máfia Nunca Perdoa' (Across 110th Street, 1972), o vilão de 'Com 007 Viva e Deixe Morrer' (Live and Let Die, 1973) e a série 'Homicídio' (Homicide: Life on the Street, 1993 - 1999).

Gana


Idris Elba ( 6 de setembro de 1972) nasceu em Londres, na Inglaterra. Sua mãe nasceu em Gana e seu pai em Serra Leoa. Após o casamento, em Serra Leoa, o casal decidiu se mudar para Londres. Apesar de não ser um ator do cinema clássico, é um artista negro de grande renome na atualidade, tendo trabalhado em filmes como 'Mandela: Longo Caminho para a Liberdade' (Mandela: Long Walk to Freedom, 2013) e 'Depois Daquela Montanha' (The Mountain Between Us, 2017), além da série 'Luther' (2010 - 2019).



Como disse no início na postagem, essa é apenas uma brincadeira. Infelizmente, não consegui encontrar um representante para todos os países, precisei dar uma forçada de barra em alguns hahahaha. Se você gostou da postagem, compartilha com seus amigos para ajudar da divulgação. E podem comentar aqui em baixo os representantes de vocês de cada país.
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