Mostrando postagens com marcador Daphne du Maurier. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Daphne du Maurier. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Rebecca e o suposto plágio de uma obra brasileira


Lançado em 1940 e estrelado por Joan Fontaine e Laurence Olivier, Rebecca foi o primeiro trabalho de Alfred Hitchcock em Hollywood e o único de seus filmes a ter vencido o Oscar. Baseado no romance de Daphne du Maurier, conta a história de uma moça tímida e simples, considerada sem graça pela maioria de seus conhecidos, que acaba se apaixonando por Maximilian de Winter, um homem rico e elegante. Para a surpresa de todos, inclusive dela mesma, ele corresponde ao seu amor e os dois decidem se casar repentinamente. Já instalada em sua nova casa, a jovem se da conta de que possui uma rival invisível, a falecida primeira esposa de Max, chamada Rebecca, a quem todos parecem venerar. A governanta da família, a taciturna Sra. Danvers, é quem mais denota reverenciar a antiga patroa, sempre fazendo questão de lembrar sua personalidade marcante e incrível beleza. Cada vez mais acuada e intimidada, a segunda Sra. de Winter começa a investigar os mistérios envolvendo Rebecca, a mulher que parece ter o poder de fascinar a todos, mesmo após sua morte.

A escritora Daphne du Maurier

Também autora de clássicos como Eu Te Matarei, Querida (My Cousin Rachel, 1952), A Estalagem Maldita (Jamaica Inn, 1939) e o conto que inspirou Os Pássaros (The Birds, 1963), estes dois últimos também dirigidos por Alfred Hitchcock, Daphne du Maurier chegou ao auge do sucesso ao publicar Rebecca, em 1938, ganhando reconhecimento mundial. O que muitos não sabem é que sua magnum opus, na verdade, é supostamente um plágio da obra de outra escritora, a brasileira Carolina Nabuco.

Carolina Nabuco

Em 1934, Carolina Nabuco publicou o romance A Sucessora, decidindo em seguida traduzi-lo também para o inglês, enviando cópias para agências em Nova York e na Inglaterra, esperando alcançar sucesso internacional. Em 1938, com a publicação de Rebecca, diversos leitores, dentre eles o crítico Álvaro Lins, identificaram inúmeras semelhanças entre as duas histórias, não só no enredo em si, como também situações e diálogos inteiros. 


Quando questionada, Du Maurier negou as acusações de plágio, alegando que as semelhanças entre os dois livros eram apenas uma coincidência, já que os elementos citados eram bastante comuns, fazendo com que fosse perfeitamente cabível tal similaridade entre ambos. No entanto, segundo o livro 'Daphne du Maurier, Haunted Heiress', escrito por Nina Auerbac, uma das cópias do romance de Nabuco, teria sido enviada para um editor inglês, o mesmo de Daphne du Maurier, que teria sido uma das leitoras da tradução. Em 1937, ela começou a escrever Rebecca, publicando seu livro no ano seguinte. Ao contrário do que muitos afirmam, Carolina Nabuco decidiu não abrir nenhum tipo de processo contra a escritora. Segundo suas memórias, na época do lançamento do filme de Alfred Hitchcock, Nabuco foi procurada pelos advogados da United Artists, que lhe ofereceram uma generosa compensação financeira para que ela assinasse um documento afirmando que o romance de du Maurier não tinha qualquer relação com seu livro, acordo que ela prontamente negou. Daphne du Maurier também foi acusada pelo escritor  Frank Baker de ter plagiado seu livro 'The Birds (1936)', ao escrever o conto de mesmo nome em 1952, e que serviu de inspiração para o filme estrelado por Tippi Hedren em 1963. Segundo fontes, Daphne fazia trabalhos para a editora de Peter Davies lendo os livros que eram enviados, tendo acesso à história escrita por Baker.


A trama escrita por Carolina Nabuco foi adaptada em 1978 para a televisão, na novela de Manoel Carlos e protagonizada por Susana Vieira, Rubens de Falco e Nathalia Timberg. A história se passa nos anos 20, iniciando-se quando a jovem Marina se apaixona pelo rico viúvo Roberto Steen, que mora em uma luxuosa mansão na Zona Sul do Rio de Janeiro. As coisas se complicam quando ela se depara com a obsessão de todos a sua volta, inclusive Roberto, por Alice, a primeira esposa do milionário. A governanta da casa, Juliana, é apaixonada pelo patrão, e faz questão de a todo momento relembrar a falecida Sra. Steen. O clima sombrio do lugar é aumentado pelo enorme retrato de Alice pendurado em uma das paredes, fazendo com que sua presença seja ainda mais intensa na vida dos recém-casados. 

Para quem ficou curioso (a), aqui vão os links para a compra dos livros, do filme e da novela (Clique em cima das imagens abaixo):



       


LEIA MAIS

domingo, 3 de janeiro de 2016

Eu Te Matarei, Querida (My Cousin Rachel, 1952)


Baseado no romance da escritora Daphne du Maurier, também autora de clássicos como A Estalagem Maldita, Rebecca e Os Pássaros, todos adaptados para o cinema por Alfred Hitchcock, o longa Eu Te Matarei, Querida (My Cousin Rachel, 1952) foi dirigido por Henry Koster e estrelado por Olívia de Havilland e Richard Burton. 


Culpada ou inocente? Esta é a pergunta que fica na nossa cabeça durante todo o filme. Olivia de Havilland interpreta Rachel, a personagem-título na versão em inglês, uma mulher aparentemente encantadora e gentil, cuja amabilidade está sempre levantando suspeitas de ser apenas uma tática para manipular e seduzir Philip Ashley (Richard Burton). Philip fora criado por seu primo Ambrose Ashley (John Sutton), um homem dedicado, porém um pouco solitário, que vive em uma grande propriedade na Cornualha. Em certa ocasião, Ambrose decide viajar para a Itália, onde acaba conhecendo e se casando com Rachel, por quem fica completamente apaixonado. Meses depois, a situação muda completamente quando Philip começa a receber cartas de seu primo lhe pedindo ajuda para escapar da vigilância e tirania de sua esposa, a quem ele agora considera como seu tormento. 


Philip decide partir ao encontro de seu primo no intuito de ajuda-lo, porém chega tarde demais e recebe a notícia de que ele havia falecido há algumas semanas. Convencido da culpa de Rachel, ele volta para casa jurando vingança e planejando punir a mulher que assassinou seu querido tutor. 


A oportunidade se apresenta antes do esperado quando Rachel vai visita-lo em sua propriedade, com o propósito de devolver-lhe os pertences de seu primo. Philip foi declarado o único herdeiro de Ambrose e Rachel, embora tivesse direitos como viúva, havia concordado com os termos do testamento, não se opondo a nada ou reivindicando nenhum de seus bens. O ódio e a amargura de Philip logo somem quando ele conhece sua prima, pois percebe que ela seria incapaz de fazer mal a quem quer que fosse. Rapidamente, o rapaz se vê perdidamente apaixonado, quase obcecado, por Rachel, planejando não só casar-se com ela, como também passar para o nome da amada toda a sua herança, incluindo a casa onde vive e as jóias da família. 


Entretanto, apesar da paixão entre eles e da enorme amabilidade de Rachel para com todos à sua volta, começam a surgir evidências de que tudo estivera sendo cuidadosamente arquitetado por ela para que a herança de seu marido fosse parar em suas mãos. Atormentado por seu amor obsessivo e por suas dúvidas, Philip passa a ser alertado por seus amigos próximos e tenta descobrir a verdade sobre essa mulher tão fascinante quanto duvidosa. 


Curiosidades:

- Antes de ir para Olivia de Havilland, o papel de Rachel foi oferecido para Greta Garbo e Vivien Leigh;

- Richard Burton e Olivia de Havilland não se deram muito bem, embora demonstrem uma boa química na tela;

- Richard Burton concorreu ao Oscar por seu desempenho no filme, porém na categoria Melhor Ator Coadjuvante, mesmo aparecendo em quase todas as cenas do longa, pois Olivia de Havilland foi considerada a grande estrela do filme.

Assista ao trailer: 



O filme foi lançado em dezembro, pela primeira vez no Brasil, pela distribuidora Obras-Primas no cinema. O dvd pode ser encontrado nas melhores lojas do ramo, como: Saraiva, Livraria Cultura, Livraria da Folha e 2001 Vídeos. Como extras a edição, além de um card do filme, conta com: 

- Curta-metragem 
- Trailer Original
- Galeria de imagens


LEIA MAIS