quinta-feira, 11 de maio de 2017

Conheça o Digistak com 5 clássicos do Expressionismo Alemão lançado pela Obras-Primas do Cinema


O Expressionismo Alemão foi um movimento iniciado na década de 20 e que se caracterizou por um certo 'exagero visual', utilizando recursos como maquiagem, fotografia e outras técnicas disponíveis na época para dar a sensação de distorção na aparência dos personagens e dos cenários. O objetivo era transmitir de maneira mais dramática e intensa as ideias de seus realizadores, fortemente influenciados pela filosofia de Nietzsche e pelas teorias de Freud, usando a arte para demonstrar sua oposição ao estilo de vida da sociedade.

Cena de Nosferatu, de 1922, um dos maiores clássicos do movimento, e a primeira aparição do vampiro Drácula nas telas.

Presente também em outros tipos de arte, foi no cinema que o Expressionismo deixou sua marca mais forte, abusando do clima sombrio e ligeiramente sinistro, com personagens não só assustadores como muitas vezes bizarros. O tom exagerado era adotado também na própria interpretação dos atores, propositalmente afetada e dramática. 

Metrópolis, de 1927, outro clássico da época que retrata perfeitamente o Expressionismo

Não demorou muito para a força do Expressionismo Alemão fosse notada pelos grandes estúdios de Hollywood, que logo trataram de trazer para a América alguns dos maiores nomes do movimento. Fritz Lang é possivelmente o mais bem sucedido, responsável por grandes clássicos expressionistas, como Metrópolis (1927), M - O vampiro de Düsseldorf (M - Eine Stadt sucht einen Mörder, 1931) e O Testamento do Dr Mabuse (Das Testament des Dr. Mabuse, 1933), além de diversos êxitos no cinema americano, como Um Retrado de Mulher (The Woman in the Window, 1944), Almas Perversas (Scarlet Street, 1945) e Os Corruptos (The Big Heat, 1953). Embora o Expressionismo tenha tido seu auge na década de 20, elementos do período podem ser vistos em muitos clássicos posteriores, graças à enorme influencia exercida pelo movimento em diretores renomados, como Alfred Hitchcock e até mesmo Tim Burton, que deixa claro suas referências ao adotar como marcas registradas o estilo bizarro e sombrio que caracterizavam as obras expressionistas.

Cena de Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, de 2007, dirigido por Tim Buton, claramente influenciado pelo período

O Digistak

O box contém 5 dos maiores clássicos do movimento e mais de duas horas de extras. Uma grande notícia para nós é que as versões são restauradas! Abaixo o conteúdo de cada disco:

Disco 01:

Fausto (Faust: Eine deutsche Volkssage, Faust, 1926, 107 min.)



Direção: Friedrich Wilhelm Murnau. Elenco Principal: Gösta Ekman, Emil Jannings, Camilla Horn.

Baseado na famosa peça de Goethe, temos Fausto, um velho alquimista que vê sua cidade ser assolada pela peste negra. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria finitude. Ele então evoca Mefistofeles, e lhe pede sua juventude de volta e eterna. O demônio a garante, em troca da alma de Fausto. Tudo parecia perfeito, até este se apaixonar por uma jovem italiana.

O Castelo Vogelöd (Schloß Vogelöd, The Haunted Castle, 1921, 81 min.)


Direção: Friedrich Wilhelm Murnau. Elenco Principal: Arnold Korff, Lulu Kyser-Korff, Lothar Mehnert.

No castelo Vogelöd, alguns aristocratas esperam a baronesa Safferstätt, devido ao mau tempo. Um homem aparece sem ser convidado, o Conde Johann Oetsch. O falecido marido da baronesa, o conde Pedro Oetsch, foi assassinado há 3 anos e, é de conhecimento comum que o seu irmão, Johann Oetsch, cometeu o crime. Oetsch é convidado a sair, mas se recusa. Ele quer provar para todos que não assassinou seu irmão.

Disco 02:

A Caixa de Pandora (Die Büchse der Pandora, Pandora’s Box, 1929, 131 min.)


Direção: Georg Wilhelm Pabst. Elenco Principal: Louise Brooks, Fritz Kortner, Francis Lederer.

Lulu é uma dançarina, que se envolve com um rico dono de jornal, este lhe informa que se casará em breve. Os dois acabam sendo flagrados pela noiva, que rompe o compromisso. Para que sua honra não seja definitivamente jogada na lama, o homem resolve se casar com a dançarina. Após uma cena de ciúme, o marido tenta matá-la, mas Lulu escapa e o mata em legítima defesa. Acusada de assassinato, foge com o filho da vítima, e acaba também por envolvê-lo num jogo de sedução, fugas e exploração sexual.

A Morte Cansada (Der müde Tod, Destiny, 1921, 98 min.)


Direção: Fritz Lang. Elenco Principal: Lil Dagover, Walter Janssen, Bernhard Goetzke.

Num vilarejo europeu do século 19, a Morte leva um jovem quando ele estava prestes a se casar. Sua noiva suplica que devolva a vida dele. A Morte dá uma chance à moça, prometendo trazê-lo de volta se ela conseguir evitar que três pessoas morram.

Disco 03:

O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, The Cabinet of Dr. Caligari, 1920, 77 min.)


Direção: Robert Wiene. Elenco Principal: Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Feher.

Num pequeno vilarejo da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr. Caligari, chega acompanhado do sonâmbulo Cesare que, supostamente, estaria adormecido por mais de 20 anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as previsões funestas do seu mestre, o Dr. Caligari.

EXTRAS: Mais de 2h de extras, incluindo o inédito documentário “From Caligari to Hitler” que explora o impacto social e cultural do cinema alemão no período da “República de Weimar".

Se você quiser ver mais fotos do digistak, recomento olhar a resenha do Blog Os Anos Perdidos, com diversas imagens da edição, que está caprichadíssima! (Clique aqui)

O box foi lançado pela nossa parceira Obras-Primas do Cinema e está disponível nas melhores lojas do ramo, mas aqui estão alguns links para quem quiser ir direto para os sites: Saraiva; Cultura, Americanas.

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