terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O filho que Alain Delon abandonou

Christian Aaron Boulogne, mais conhecido como Ari 

Em 1962, Alain Delon estava em seu auge. Após protagonizar os clássicos 'O Sol Por Testemunha' (Plein soleil) e 'Rocco e Seus Irmãos' (Rocco i suoi fratelli), ambos em 1960, o ator tornou-se uma estrela do cinema europeu. Sua vida pessoal também ia muito bem, obrigada. Ao lado da belíssima austríaca Romy Schneider, que conhecera nos bastidores de 'Christine' (1958), fazia parte da realeza da Europa, formando o casal mais badalado da época. Apesar da paixão avassaladora de ambos, o ator fazia questão de deixar claro que não era exclusividade de sua parceira, sendo infiel durante todo o relacionamento.

Romy Schneider e Alain Delon nos bastidores de A Piscina, já após o fim do namoro

Em uma de suas aventuras, enquanto ainda namorava a atriz, Delon conheceu a modelo alemã Christa Paffgen, mais conhecida como Nico. Com uma bem-sucedida carreira no mundo da moda e alguns trabalhos no cinema, alcançou a fama como cantora após o lançamento do icônico álbum 'The Velvet Underground & Nico', em 1967. Uma das musas de Andy Warhol, que foi o responsável pela criação de seu nome artístico - um anagrama da palavra Icon - Nico teve uma carreira musical de mais de 20 anos, além de participar de filmes de diretores consagrados como Philippe Garrel e Federico Fellini.

Nico

O fruto do breve e inconsequente affair entre a modelo e cantora e o ator francês, veio ao mundo dia 11 de agosto de 1962, com o nome de Christian Aaron Boulogne. Renegado pelo pai, que jamais assumiu sua paternidade e sempre se recusou a fazer qualquer exame que comprovasse tal parentesco, o jovem Ari, como é frequentemente chamado, foi criado por Edith Boulogne, mãe de Delon. Focada em sua carreira e com uma vida atribulada dividida entre Paris e Nova York, Nico preferiu deixar o filho sob os cuidados da avó paterna.

Ari com Nico, Mary Woronov e Andy Warhol

Apesar de visitar o filho e até leva-lo para viajar, Nico não foi uma mãe muito presente na vida de Ari, que em 1977 foi legalmente adotado por Edith Boulogne e seu marido Paul, padrasto de Delon, passando a utilizar o nome Ari Boulogne/ Christian Aaron Boulogne. Alain Delon sempre foi contra a adoção de Ari, negando veementemente que o menino seja seu filho, apesar da impressionante semelhança física entre eles. Embora já tenham se encontrado em algumas ocasiões, o ator se referiu ao filho em 1986 apenas como seu amigo, negando desde a década de 60 qualquer exame ou tentativa de reconhecimento da paternidade.

Ari e Nico

Em 1988, em uma viagem à Ibiza com o filho , Nico sofreu uma queda de bicicleta devido a um AVC e bateu a cabeça. Apesar de ter sido socorrida a tempo por um motorista que passava no local, a demora para conseguir atendimento em um hospital da região fez com que a cantora tivesse uma violenta hemorragia cerebral, falecendo apenas algumas horas depois. Ironicamente, o acidente ocorreu justo no período em que Nico conseguia finalmente livrar-se das drogas, vício agravado principalmente durante a década de 60. Infelizmente, Ari também se tornou um dependente químico, iniciando o vício ainda na adolescência. Assista (aqui) uma entrevista com ele onde percebemos claramente os danos causados pelas drogas. Em 1995, foi lançado o documentário 'Nico Icon', que fala sobre a vida e a carreira da cantora, contando com depoimentos de Ari e Edith, além de arquivos de vídeo de nomes como Andy Warhol, Jim Morrison e Lou Reed. Assista abaixo:


Em 2001, foi publicada a autobiografia de Ari, intitulada 'L'Amour N'Oublie Jamais', onde fala sobre sua vida e sua relação com a mãe.

12 comentários:

  1. Sempre achei o Alain Delon distante e frio,nunca poderia imaginar que ele fosse mau assim ; deixar que um filho sofra seu desprezo para sempre... Não gostava da mãe, mas o filho não teve culpa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo como um homem se comporta assim se não é faz o exame.

      Excluir
    2. Delon ele respondera um dia, pelo seu comportamento, talvez Deus lhe dê uma m... orte horrivel, como ele merece, assim não irá recorrer ao suicídio assistido.......

      Excluir
  2. Que canalha !! Nao ha aqui possibilidade de alegar seja o que fôr ! O teste de DNA poderia ser feito com a sua Avó ! Aliás, essa sim , um ser humano e tanto !

    ResponderExcluir
  3. Sou uma fã do Alain Delon como ator,mas ele não foi humano nessa questão qdo as semelhanças são bem claras,não dá pra entender essa frieza,indiferença, muito triste!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sempre o achei um ser um homem inferior não gosta de mulher e de filhos.

      Excluir
  4. Grande ator, muito belo, mas sempre me passou esse quê de mau caráter, um homem que não tem afeto nem por mulheres, nem por seu filho. Mas é triste vê lo se despedindo.

    ResponderExcluir
  5. Típico fascista. Até contra si mesmo. Mas covarde. Se tivesse um mínimo de atitude coerente com seu hedonismo fascista, se jogaria contra um penhasco. Como as mães espartanas faziam com seus descendentes que considerassem não estar à altura dos padrões de sua sociedade.
    Não, nem um mínimo de coerência foi capaz de ter.
    Viveu como um bundão e morreu do mesmo jeito.
    É o próprio retrato de Dorian Grey.

    ResponderExcluir
  6. Ridículo comparar abandono ao aborto. Obviamente é uma merda para a criança ser abandona pelos pais, mas ele está aí, se tornou um artista, formou a própria família. Aborto é condenação à morte por motivo torpe.

    ResponderExcluir