sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Atores e atrizes que mudaram radicalmente sua 'persona' cinematográfica

Embora o cinema seja uma arte, ele também é sinônimo de lucros e negócios. O 'Star system' (sistema de estrelas) era extremamente comum em Hollywood, consistindo em longos contratos com atores (as), onde os estúdios controlavam toda a sua carreira. Isso incluia trabalhos, treinamentos, publicidade e também a imagem. Como 'persona' podemos entender um 'personagem fictício', uma imagem representativa para o público. Com isso, eram criados estereótipos, que muitas vezes limitavam o talento e as escolhas artísticas dos atores. Entretanto, era algo muito lucrativo para os estúdios, que podiam lançar diversos filmes e vender repetidamente as imagens que mais agradássem a audiência. Abaixo, alguns exemplos de atores e atrizes que passaram por mudanças destas personas em suas carreiras:

*Obviamente, todos os citados fizeram diferentes filmes. A postagem é sobre uma imagem 'geral'.

Marilyn Monroe - Femme fatale x Loira burra


No início de sua carreira, Marilyn Monroe fez uma série de participações em diferentes filmes até conseguir seu lugar ao sol. Conforme seus papéis foram melhorando, houve um breve esboço de 'mulher fatal' em suas personagens. Podemos pegar como exemplo filmes como 'O Segredo das Jóias' (The Asphalt Jungle, 1950), 'Almas Desesperadas' (Don't Bother to Knock, 1952) e, principalmente, 'Torrente de Paixão' (Niagara, 1953). Neste último, a atriz ganhou bastante atenção do público. Com isso, seu visual de cabelos platinados e curtos, batom vermelho e sobrancelhas arqueadas tornou-se definitivo.


Com o estrondoso sucesso de 'Os Homens Preferem as Loiras' (Gentlemen Prefer Blondes, 1953), a 20th Century Fox viu que tinha uma mina de ouro em suas mãos. Assim, Marilyn passou a interpretar uma série de personagens no estilo 'sexy e inocente', que a consolidou como uma das atrizes mais famosas de Hollywood. Alguns de seus trabalhos mais conhecidos são 'Como Agarrar Um Milionário' (How to Marry a Millionaire, 1953), 'O Pecado Mora ao Lado' (The Seven Year Itch, 1955) e 'Quanto Mais Quente Melhor' (Some Like It Hot, 1959). Percebendo o potencial de Monroe nas bilheterias, surgiram atrizes como Jayne Mansfield, Diana Dors e Mamie Van Doren. Apesar da fama, Monroe odiava o estereótipo de 'loira burra' que passou a lhe acompanhar.

Dick Powell - Astro de musicais x Protagonista 'durão'


Com talento vocal e presença de palco aliados ao jeito de bom moço, Dick Powell tornou-se um dos nomes mais frequentes dos musicais na década de 30. Filmes como 'Cavadoras de Ouro' (Gold Diggers of 1933), 'Rua 42' (42nd Street, 1933) e 'Mulheres e Música' (Dames, 1934) o tornaram um astro do gênero, atuando frequentemente ao lado de Ruby Keeler e Joan Blondell, que foi sua esposa de 1936 até 1944.


Com a chegada dos anos 40, Powell começou a se sentir muito velho para seus antigos personagens, testando sua sorte em papéis mais dramáticos. Com o êxito de 'Até a Vista, Querida' (Murder, My Sweet, 1944), o ator conseguiu revigorar sua carreira, protagonizando clássicos noir como 'Johnny O'Clock' (1947) e 'Caminho da Tentação' (Pitfall, 1948). Posteriormente, passou também a ser diretor de cinema.

Myrna Loy - Mulher exótica x Dona de casa americana


Myrna Loy começou sua carreira ainda no cinema mudo, passando com sucesso para a era do som. Entretanto, em seus primeiros anos como atriz, ela não era exatamente uma estrela. Interpretando frequentemente as chamadas 'mulheres exóticas', ela era escalada para as mais diversas etnias. Não era raro vê-la como personagens asiáticas ou do leste europeu. As vilãs ou apenas antagonistas também eram comuns em sua filmografia. Alguns exemplos são longas como 'A Guarda Negra' (The Black Watch, 1929), 'A Máscara de Fu Manchu' (The Mask of Fu Manchu, 1932) e'Treze Mulheres' (Thirteen Women, 1932).


Apesar de nem sempre ter bons papéis, Myrna era presença constante nos filmes da época, aparecendo em no mínimo sete produções por ano. Sua popularidade aumentou consideravelmente após ser apontada como a atriz favorita do lendário ladrão de bancos John Dillinger, que foi morto saindo do cinema, após assistir 'Vencidos Pela Lei' (Manhattan Melodrama, 1934). O grande ápice da mudança de persona em sua carreira foi a personagem Nora Charles, em 'A Ceia dos Acusados' (The Thin Man, 1934). O longa, que mistura comédia e suspense, fez com que suas habilidades como atriz fossem reconhecidas por público e crítica, fazendo um enorme sucesso e tendo uma série de continuações. A parceria ao lado de William Powell também se repetiria diversas vezes, eternizando-os como uma das grandes duplas do cinema. Eleita 'Rainha de Hollywood' na década de 30, fez clássicos como 'Ciúmes' (Wife vs. Secretary, 1936), 'Os Melhores Anos de Nossas Vidas' (The Best Years of Our Lives, 1946) e 'Lar, Meu Tormento' (Mr. Blandings Builds His Dream House, 1948).

Vincent Price - Coadjuvante de luxo x Rei do terror


Vincent Price já flertava com o terror desde seus primeiros papéis, quando atuou em filmes como 'A Torre de Londes' (Tower of London, 1939) e 'A Volta do Homem Invisível' (The Invisible Man Returns, 1940). Apesar disso, de maneira geral, sua carreira durante a década de 40 se manteve estável com personagens de destaque em clássicos como 'A Canção de Bernadette' (The Song of Bernadette, 1943), 'Laura' (1944) e 'Amar Foi Minha Ruína' (Leave Her to Heaven, 1945).


Nas décadas seguintes até o final de sua vida, o ator continuou atuando em longas dos mais diversos gêneros, como 'Champanhe para César' (Champagne for Caesar, 1950), 'Os Dez Mandamentos' (The Ten Commandments, 1956) e 'As Baleias de Agosto' (The Whales of August, 1987). Mas, em uma espécie de carreira paralela, foi nos filmes de terror que Price encontrou seu verdadeiro lugar como protagonista. Neste período, destaca-se sua lendária parceria com o diretor Roger Corman e as diversas adaptações das obras de Edgar Allan Poe. As produções de baixo orçamento, ligeiramente trash, o estabeleceram como um dos reis do horror, em filme como 'Museu de Cera' (House of Wax, 1953), 'A Casa dos Maus Espíritos' (House on Haunted Hill, 1959) e 'O Corvo' (The Raven, 1963). 

Joan Bennett - Loira ingênua x Femme fatale x Dona de casa americana


Os cabelos loiros e as feições delicadas davam uma imagem inocente à jovem Joan Bennett, que começou a atuar ainda no cinema mudo. Durante os anos 30, mantendo sua posição de mocinha, ela esteve em clássicos como 'Bulldog Drummond' (1929), 'Eu e Minha Pequena' (Me and My Gal, 1932) e 'As Quatro Irmãs' (Little Women, 1933).


Apesar de já ser uma estrela de sucesso, foi na década de 40 o auge de sua carreira. Com os cabelos escuros e penteados glamourosamente, ela transformou-se em uma das femme fatales mais importantes dos filmes noir, protagonizando clássicos como 'Um Retrato de Mulher' (The Woman in the Window, 1944), 'Almas Perversas' (Scarlet Street, 1945) e 'O Segredo da Porta Fechada' (Secret Beyond the Door, 1947).


Em 1951, a atriz foi envolvida em um escândalo, quando seu marido Walter Wanger atirou em seu agente, Jennings Lang, acreditando que os dois estavam tendo um caso. Lang foi socorrido e sobreviveu. Alegando insanidade temporária, Wanger foi solto sob fiança. O romance extraconjugal foi negado por ambos, que afirmaram estar em um encontro de negócios, sobre um projeto na televisão. Apesar de tudo ter sido esclarecido, a carreira de Joan sofreu um grande abalo. Com dificuldades para bons papéis, ela precisou se reinventar novamente, com personagens menores, geralmente de esposas e donas de casa. Ela apareceu em longas como 'O Pai da Noiva' (Father of the Bride, 1950) e sua continuação, 'Netinho do Papai' (Father's Little Dividend, 1951) e 'Não Somos Anjos', também conhecido como 'Veneno de Cobra' (We're No Angels, 1955). Nos anos seguintes, Bennett se dedicou ao teatro e continuou aceitando convites para o cinema.

Olivia de Havilland - Mocinha ingênua x Lei De Havilland


Na década de 30, Olivia De Havilland era a personificação do termo 'mocinha', atribuído às heroínas de filmes. Sua beleza delicada e seus modos elegantes a tornaram perfeita para papéis de jovens românticas. A química com o astro Errol Flynn rendeu uma parceria de sucesso nas telas, geralmente em filmes de aventura ou faroestes. A atriz também apareceu em filmes como 'Adversidade' (Anthony Adverse, 1936), 'Uma Loira Com Açucar' (The Strawberry Blonde, 1941) e 'A Porta de Ouro' (Hold Back the Dawn, 1941). Seu papel de maior destaque foi como a doce Melanie no clássico 'E o Vento Levou' (Gone With the Wind, 1939).


Apesar de ser protagonista na maior parte de seus trabalhos, Olivia estava cansada do estereótipo de boa moça e da falta de profundidade de suas personagens. Sob contrato com a Warner, ela recusou diversos projetos, que a levaram a ser suspensa pelo estúdio. Ao final de seu contrato de sete anos, o estúdio acrescentou seis meses que deveriam ser cumpridos por Olivia, pelo período em que ela esteve suspensa. Aconselhada por seu advogado, ela decidiu processar a Warner em 1943. Em um movimento inédito e inesperado, a justiça concedeu a vitória para Olivia, reduzindo o poder dos estúdios sobre os atores e sendo nomeada como 'Lei De Havilland'. Embora tenha sido inicialmente boicotada, ela voltou a trabalhar, finalmente interpretando diferentes personagens. Vencendo duas vezes o Oscar de Melhor Atriz, pelos longas 'Só Resta Uma Lágrima' (Só Resta uma Lágrima (To Each His Own, 1946) e 'Tarde Demais' (The Heiress, 1949), ela também atuou em filmes como 'Espelho d'Alma' (The Dark Mirror, 1946), 'A Cova da Serpente' (The Snake Pit, 1948), e 'Com a Maldade na Alma' (Hush...Hush, Sweet Charlotte, 1964).

Peter Lorre - Protagonista excêntrico x Coadjuvante de luxo


Peter Lorre ganhou fama mundial ao interpretar um psicopata no filme alemão 'M, O Vampiro de Dusseldorf' (M - Eine Stadt sucht einen Mörder, 1931). Apesar de sua atuação excepcional, Lorre estava longe de ter a aparência esperada para um protagonista romântico. Assim, sua carreira se desenvolveu, principalmente, com papéis de anti-heróis, como 'O Homem Que Sabia Demais' (The Man Who Knew Too Much, 1934), 'Crime e Castigo' (Crime and Punishment, 1935) e 'Dr. Gogol - O Médico Louco' (Mad Love, 1935). O ator também fez bastante sucesso com 'O Misterioso Mr. Moto' (Think Fast, Mr. Moto, 1937), onde interpreta um detetive japonês, que gerou uma série com sete continuações. Embora tenha protagonizado filmes de baixo orçamento como 'O Homem dos Olhos Esbugalhados (Stranger on the Third Floor, 1940), um vislumbre de declínio começava a se desenhar.


Em 1941, sua carreira adquiriu um novo fôlego, agora em uma posição de coadjuvante, porém em grandes clássicos, como 'O Falcão Maltês' ou 'Relíquia Macabra' (The Maltese Falcon, 1941), 'Casablanca' (1942) e 'Este Mundo é um Hospício' (Arsenic and Old Lace, 1944). O ator apareceu em diversas produções no cinema e na televisão durante os anos 40 e 50. Em seus últimos anos, ele se juntou a nomes como Vincent Price e Boris Karloff,, tornando-se um dos mestres do terror na década de 60, em longas como 'Muralhas do Pavor' (Tales of Terror, 1962) e 'O Corvo' (The Raven, 1963).

Dorothy Malone - Boa moça x Loira fatal


Dorothy Malone começou a atuar nos anos 40. Embora tenha chamado a atenção em sua breve participação em 'À Beira do Abismo' (The Big Sleep, 1946), a jovem atriz era constantemente escalada em faroestes. Apesar de alguns papéis principais, suas personagens eram muitas vezes apenas o interesse amoroso do protagonista. Com olhos marcantes e cabelos escuros, sua aparência de boa moça limitava sua personalidade nas telas. Segiram-se filmes como 'Golpe de Misericórdia' (Colorado Territory, 1949), 'O Tesouro do Bandoleiro' (The Nevadan, 1950) e 'Morrendo de Medo' (Scared Stiff, 1953).


Os cabelos loiros deram a Dorothy uma personalidade sensual e ousada, que permitiu que ela mostrasse todo o seu potencial no drama 'Palavras ao Vento' (Written on the Wind, 1956). Embora fosse uma personagem secundária, a atriz roubou a cena e garantiu seu Oscar de coadjuvante. Sua nova aparência e a estatueta em sua estante ajudaram a torná-la uma estrela, podendo brilhar em diferentes gêneros. Ela esteve em clássicos como 'Almas Maculadas' (The Tarnished Angels, 1957) e 'O Homem das Mil Caras' (Man of a Thousand Faces, 1957). Ela também protagonizou a série de televisão 'Peyton Place', de 1964 até 1968.



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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

As inspirações reais do filme 'Babilônia, de John Gilbert à Clara Bow

 


Dirigido por Damien Chazelle, 'Babilônia' (Babylon, 2022) tem como proposta misturar a magia do cinema e os bastidores dos filmes mudos, contrapondo-se com a atmosfera caótica e selvagem de uma década que, não à toa, ficou conhecida como os loucos anos 20. Estrelado por Margot Robbie e Brad Pitt, o longa tem um enredo fictício e propositalmente exagerado, inspirado pelos escândalos do polêmico livro 'Hollywood Babylon', de Kenneth Anger. Dentre as muitas referências no roteiro, destacam-se duas: Clara Bow e John Gilbert.


Um pouco sobre o filme


O filme começa com uma festa que faz com que as infâmes reuniões de 'O Grande Gatsby' pareçam apenas uma recreação infantil. Regada a álcool e drogas, intercalando um elefante, orgias, e um óbito, a noite nos apresenta os personagens principais que acompanharemos. Jack Conrad (Brad Pitt) é o maior astro da MGM, apesar de seu alcoolismo e seus inúmeros e efêmeros casamentos; Nellie LaRoy (Margot Robbie) aspirante à estrela, é viciada em aventuras e cocaína; Manny Torres (Diego Calva) é um jovem mexicano que sonha em ser produtor de cinema; Já Sidney Palmer (Jovan Adepo) é um saxofonista negro que tenta sobreviver de sua música. Arduamente perseguindo o sucesso, cada um à sua maneira vai provando as glórias do estrelado e descobrindo que o topo não é tão reluzente quanto parecia ser.

Clara Bow e Nellie LaRoy


Embora seja uma personagem fictícia e tenha também elementos baseados em outras estrelas da época, foi amplamente divulgado que Clara Bow foi a principal inspiração para a criação de Nellie. Conhecida como 'It Girl' (a garota com um 'algo' a mais), Clara Bow se tornou uma das atrizes mais populates de sua época, graças a uma mistura de carisma, sensualidade e autenticidade. Seu talento nato e sua desenvolura na frente das câmeras presenteavam o público com o frescor característico das melindrosas, evocando liberdade e ausência de preocupações.

Todavia, por baixo do glamour de uma estrela em ascenção, estava uma jovem que sofrera abusos e privações durante a infância e a adolescência. Havia a insegurança com seu modo de falar e de agir, provenientes da escassez de seus primeiros anos de vida, em um cortiço no Brooklyn. Existia também o vazio e o medo, deixados pela mãe, que fora internada em uma clínica psiquiátrica, e por seu pai alcóolatra. Para esquecer suas dores, uma persona festeira e divertida foi criada. Suas cicatrizes eram reabertas sempre que necessário, para criar lágrimas em profusão toda vez que uma cena exigia tristeza. Ao contrário de muitas de suas contemporâneas, Clara fazia questão de demonstrar seu espírito livre e sua espontaneidade publicamente. Romances com astros como Gilbert Roland e Gary Cooper ou com o diretor Victor Fleming faziam a alegria dos tablóides. Mas em algum momento as coisas desandaram e as fofocas sobre sua vida saíram de controle. Sua popularidade continuava em alta, mas sua fama como promíscua e vulgar estampavam jornais e revistas. Seus modos pouco elitizados fizeram com que fosse vista por muitos com desaprovação, incluindo algumas de suas colegas de profissão. 

Nellie LaRoy é uma personagem bem mais exagerada, quase uma versão de Clara feita pelos tablóides. No entanto, a infância pobre e infeliz, a doença da mãe e até mesmo a facilidade para chorar estão ali. Assim como Clara, Nellie também enfrenta uma popularidade ambígua, onde encontra sucesso de público mas também o julgamento da sociedade. Descrita como 'selvagem', ela encontra neste adjetivo o preço para sua fama e para sua queda. Se no começo, seus modos autênticos e audaciosos conquistaram admiração, o excesso de vícios e escândalos causam descrença e repúdio. Com a chegada do cinema falado, Nellie vê sua carreira chegar ao fim tão meteoricamente quanto chegou ao topo. Ao contrário do filme, Clara Bow fez uma excelente transição para o cinema falado. Ela deixou Hollywood em 1933 por escolha própria, aposentando-se da vida pública após desgastes emocionais, preferindo viver discretamente ao lado do marido Rex Bell, com quem teve dois filhos. 

John Gilbert e Jack Conrad


Jack Conrad já inicia o longa como um astro consolidado do cinema mudo. Maior estrela da MGM, admirado pelos colegas e amigo de Irving Thalberg, ele troca de esposa com a mesma frequência com que envazia garrafas de bebida. A chegada do som ao cinema inicialmente o deixa animado, apesar de suas experiências de filmagem se provam mais difíceis do que o esperado. É através de uma capa de revista que Jack descobre que sua carreira chegou ao fim. Ao ler as críticas destruidoras da colunista que o arrancou de seu reinado nas telas, ele confronta a dura realidade da decadência de um ídolo. As risadas do público nos cinemas assistindo sua atuação só confirmam a finitude de seus dias de glória.

A trajetória de John Gilbert se assemelha bastante a de Conrad. Tendo seu auge no cinema mudo, onde fez par dentro e fora das telas com Greta Garbo, o ator teve um revés em sua carreira com a chegada do som. Por muito tempo, o boato de que a voz de Gilbert era estridente ou pouco adequada prevaleceu. Mas essa versão passou a ser considerada um boato, já que gravações mostram que a voz do astro era perfeitamente normal. Ninguém sabe ao certo qual foi o motivo, mas as risadas da platéia realmente aconteceram. Há teorias que afirmam que o próprio Louis B. Mayer, chefe de estúdio da MGM, foi o responsável, ordenando que a voz de Gilbert fosse alterada na exibição. É fato que Mayer era um tirano e que não se dava bem com o ator, mas não existe nenhuma prova concreta de que a sabotagem tenha ocorrido. A versão mais plausível é que o cenário e as falas mal escritas do filme, onde o protagonista repetia 'I love you' várias vezes em uma das cenas, foi o real motivo para as gargalhadas do público, que achou cômico e piegas todo o contexto. Apesar de ter estrelado outros filmes posteriormente, sua confiança para atuar havia diminuido consideravelmente com as críticas e ele aumentou cada vez mais o consumo de álcool para superar seus problemas. Conforme o alcoolismo foi ficando mais presente, piores eram os papéis que lhe ofereciam. Seu último trabalho foi em 'O Capitão Que Odeia o Mar' (The Captain Hates the Sea, 1934).

Outras referências


O musical 'Cantando na Chuva' (Singin' in the Rain, 1952), que aborda também a transição do cinema mudo para o sonoro e parodia o caso de John Gilbert, é uma referência direta no longa, sendo inclusive exibido na última cena. O filme 'The Hollywood Revue of 1929' (1929), onde originalmente a canção 'Singin' In The Rain' é ouvida nas telas, também é explicitamente referenciado. 

O lendário produtor Irving Thalberg não só é mencionado como é um personagem, sendo interpretado por Max Minghella. 

Logo no início, ainda na festa, temos uma clara inspiração no escândalo do ator Fatty Arbuckle, acusado de estuprar a aspirante a atriz Virginia Rappe, que morreu alguns dias depois, por ruptura na bexiga e peritonite. Os fatos ocorridos na fatídica noite são desconhecidos até os dias de hoje. Arbuckle foi absolvido pelo juri por falta de provas que o incriminassem, mas sua carreira foi permanentemente detruída. 

A personagem Lady Fay Zhu (Li Jun Li) é vagamente inspirada na atriz Anna May Wong. Particularmente, achei que por sua importância e pioneirismo como asiática em Hollywood, poderia ter sido concedida uma personagem de maior destaque e profundidade, abordando mais a falta de oportunidades que ela teve. 

Ruth Adler (Olivia Hamilton), diretora do filme em que Nellie atua, é inspirada da diretora Dorothy Arzner. A cineasta trabalhou com Clara Bow em filmes como 'Segura o Que é Teu' (Get Your Man, 1927) e 'Garotas na Farra' (The Wild Party, 1929).

Spoiler 

A partir deste ponto, estarão informações sobre o final dos prsonagens principais.

Tanto Nellie quanto Jack tem finais trágicos. Embora baseado em John Gilbert, Jack Conrad comete suicídio, enquanto Gilbert morreu em consequência do alcoolismo. Uma possível inspiração para a cena, onde Conrad está em uma festa, vai para o quarto e atira em si mesmo, pode ter vindo do ator George Reeves. Apesar de existir alguma polêmica sobre o caso, a versão oficial da polícia constatou que foi o próprio ator o responsável pelo tiro que lhe tirou a vida. Em seu apartamento, na presença de alguns amigos em uma festa improvisada, Reeves se retirou para o quarto e minutos depois um tiro foi ouvido pelos convidados. O motivo teria sido o declínio em sua carreira após o final da série 'Superman', na qual atuou durante a maior parte da década de 50.

Já Nellie LaRoy tem apenas uma nota de jornal que informa sobre sua morte precoce, tendo sido encontrada em seu apartamento em Hollywood. O final da personagem pode ter sido inspirado na atriz Alma Rubens, cujo vício em cocaína acabou por destruir sua carreira. Chegando a ser internada diversas vezes pelo consumo da droga, a atriz faleceu em 1931, aos 33 anos. Com o corpo já debilitado, ela contraiu pneumonia, ficando inconsciente por cerca de três dias, sem jamais ter acordado novamente.
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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Tudo sobre o 'Museu Carmen Miranda', no Rio de Janeiro

 


De acordo com o site funarj.rj, o museu foi criado oficialmente em 1956, embora sua inauguração tenha ocorrido apenas 20 anos depois, em agosto de 1976. Reunindo peças originais e réplicas, o acervo foi, em sua maioria, doado pela própria familia da artista. O museu foi fechado para a visitação do público em 2013, reabrindo apenas em 2023. 

Como uma autêntica carioca, que só vai nos pontos turísticos quando encontra com pessoas de outros estados, fui conferir o museu com a chegada da Aline Reis (do perfil @hollywoodantiga) ao Rio. Abaixo, algumas das fotos que tirei no local, além de opiniões pessoais e informações que pesquisei para complementar a matéria: 

Localização e horários de funcionamento


Com uma arquitetura diferenciada, a exposição é disposta de maneira circular. O museu fica localizado na Avenida Rui Barbosa, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. O espaço pertence à Funarj. O horário de funcionamento é de quarta até sexta, das 11h até às 17h e sábados, domingos e feriados das 12h até às 17h.

Minha experiência pessoal: Como visitante, fui em um sábado, de uber, o que facilitou bastante chegar até o local correto. Entretanto, acredito que poderia haver uma melhor sinalização, pois de fora parecia que estava fechado e não existe uma placa de entrada com visibilidade suficiente. Turistas, principalmente de fora do país, podem ter um pouco de dificuldade de entender, já que o portão estava fechado e não havia nenhum funcionário do lado de fora para uma orientação. 

O acervo


Segundo informações retiradas do site oficial do museu '' São 3.348 itens, sendo, 1391 fotografias, 461 peças de indumentárias, entre elas 220 bijuterias, 11 trajes completos de shows e filmes, 8 cintos, 5 bolsas, 27 pares de sapatos e 38 turbantes. Além dos famosos balangandãs, destacam-se a saia usada em seu show de estreia na (Broadway); o turbante com que se casou e alguns trajes completos, como o que vestiu no dia em que foi homenageada na Calçada da Fama e o de seu último show, na véspera de sua morte. O museu guarda, também, uma expressiva documentação bibliográfica e iconográfica: caricaturas originais, roteiros de filmes com anotações feitas por Carmen, fotografias, cartazes, troféus, partituras, programas e agradecimentos. Além de cinco mil recortes de jornais e revistas que relatam os acontecimentos históricos da “Embaixatriz do Samba”. ''

Ao lermos sobre o acervo do museu, ficamos impressionados e com certa expectativa para vermos pessoalmente. É claro que por ser um espaço pequeno, é perfeitamente compreensível que não possa ser feita a exposição de todos os ítens ao mesmo tempo. Porém, preciso confessar que ocorreu uma certa decepção da minha parte com a visita. Ao menos no dia em que eu fui, havia apenas dois figurinos originais, além de algumas peças como escovas de cabelo e jóias. Mas a maioria dos ítens expostos eram réplicas de figurinos, com algumas informações e curiosidades em painéis na parede. 

A visitação é muito válida, até porque a entrada é gratuita. Entretanto, na minha opinião, o museu não retrata a grandeza artística e o impacto cultural de Carmen Miranda como deveria. É claro que os organizadores fazem seu melhor para resgatar o legado da artista, isto é inegável. Mas existe a carência de patrocínio ou apoio do governo para que o museu seja um ponto turístico da cidade ou ao menos uma experiência cultural, onde você saia com mais conhecimento do que entrou. O que temos basicamente é uma exposição de figurinos, em sua maioria réplicas, com poucas informações sobre os eventos e até mesmo imagens da cantora usando as roupas mostradas. Além disso, existe um foco maior em Hollywood, com 'pinceladas' de sua história geral. Senti realmente falta, como uma pessoa que apenas conhece parcialmente a biografia de Carmen Miranda, de um retrato mais aprofundado de sua vida. Afinal, é o 'Museu Carmen Miranda' e não apenas uma exposição de figurinos. Você espera conhecer um pouco mais da vida e da obra de um artista, com uma certa imersão em 'seu mundo' através de informações, imagens e objetos.

Observação importante: Meu objetivo não é fazer uma crítica destrutiva, muito pelo contrário. Carmen foi uma mulher muito além de seus figurinos exorbitantes e de seus papéis muitas vezes estereotipados em Hollywood. Gostaria apenas que a cidade do Rio de Janeiro proporcionasse um espaço maior e melhor para que visitantes do Brasil e do mundo pudessem ter acesso ao real legado da artista. 

Outro fato importante, é que o acervo é modificado de tempos em tempos, com alguns ítens sendo retirados e dando lugar a outros.

Imagens do museu e imagens da própria Carmen

Figurino do Oscar?



Aqui temos um figurino exposto em dose dupla: No vidro, temos sua versão original usada por Carmen Miranda; Já no manequim, uma réplica da luxuosa roupa pode ser observada mais de perto. No Instagram oficial do museu informa que se trata do look escolhido por Carmen para usar na cerimônia do Oscar de 1941, onde aparece acompanhada do ator Cesar Romero. 


No entanto, encontrei uma certa dificuldade em confirmar esta informação, já que a roupa usada por Carmen no Oscar de 1941 não parece ser a mesma da exposição. 

Carmen no Oscar de 1941

Sendo assim, fui pesquisar melhor e através do grupo de fãs no Facebook Carmen Miranda Images Photo Archive encontrei um registro da revista Photoplay, edição de novembro de 1942, onde consta uma imagem com figurino bem mais similar do que o do Oscar. Na foto, ela aparece também ao lado de Cesar Romero, na pré-estréia do filme 'Rosa da Esperança' (Mrs. Miniver, 1942). 



Figurino dourado


Também de acordo com o Instagram oficial do museu, este figurino foi usado por Carmen em 1939, sendo confeccionado especialmente para as apresentações que a cantora fez em Nova York. O traje foi uma homenagem às baianas e também é o original usado por ela. Não encontrei fotos de Carmen com a roupa, infelizmente. 

Figurino de 'Serenata Tropical'




Provavelmente um dos mais familiares ao público, este foi o figurino usado por Carmen no filme 'Serenata Tropical' (Down Argentine way, 1940), onde apresenta números musicais como o icônico 'Mamãe Eu Quero', dentre outros. Vídeo aqui

Figurino 'Uma Noite no Rio'




Outro figurino bastante reconhecido pelos fãs é o conjunto prateado usado no filme 'Uma Noite no Rio' (That night in Rio, 1941), durante a performance de 'Chica Chica Boom Chic'. Veja o vídeo

Figurino de viagem



Esta foi a roupa escolhida por Carmen Miranda para desembarcar nos EUA em maio de 1939, em uma viagem de navio junto com O Bando da Lua.

Figurino de 'Banana da Terra'




O figurino foi usado por Carmen no filme musical brasileiro 'Banana da Terra' (1939), no número 'O Que Que a Baiana Tem'. Veja o vídeo

Outros itens e fotografias do museu











Essa foto é da parte externa, onde existe uma homenagem à cena do filme 'Entre a Loira e a Morena' (The Gang's All Here, 1943), com o número musical 'The Lady In The Tutti-Frutti Hat'. Infelizmente, pelo ângulo, a foto não ficou muito boa. rsrs Veja o vídeo do musical
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domingo, 28 de janeiro de 2024

Clássicos do cinema mudo online e de graça no Youtube

 


Ao assistirmos um filmes em um streaming, com elencos estelares e milhões de dólares investidos, nem conseguimos admitir que algum dia as produções foram rudimentares, sem som e em preto e branco. Entretanto, não há possibilidade de entender a grandiosidade do cinema sem olharmos para trás e apreciarmos sua história. Sem grandes recursos financeiros e tecnológicos, a arte se mostrava presente através da criatividade dos realizadores ao criar efeitos nas telas ou no trabalho árduo em colorir manualmente diversos frames. 


Abaixo você confere uma lista com alguns dos maiores clássicos da era do cinema mudo, com obras de gênios como Charles Chaplin, Lon Chaney e Buster Keaton:


O Homem Que Ri (The Man Who Laughs, 1928)


Direção: Paul Leni
Elenco principal: Conrad Veidt, Mary Philbin e Olga Baclanova

Sinopse: Herdeiro de um ducado, Gwynplaine é seqüestrado quando garoto e, por ordem do rei, ele fica com o rosto esculpido num perpétuo sorriso macabro. Quando cresce, acaba virando atração de circo como palhaço. Assista aqui

Luzes da Cidade (City Lights, 1931)


Direção: Charlie Chaplin
Elenco principal: Charlie Chaplin, Virginia Cherrill e Al Ernest Garcia

Sinopse: Um vagabundo (Charles Chaplin) impede um homem rico (Harry Myers), que está bêbado, de se matar. Grato, ele o convida até sua casa e se torna seu amigo. Só que ele esquece completamente o que aconteceu quando está sóbrio, o que faz com que o vagabundo seja tratado de forma bem diferente. Paralelamente, o vagabundo se interessa por uma florista cega (Virginia Cherrill), a quem tenta ajudar a pagar o aluguel atrasado e a restaurar a visão. Só que ela pensa que seu benfeitor é, na verdade, um milionário. Assista aqui

A Caixa de Pandora (Die Büchse der Pandora, 1929)


Direção: Georg Wilhelm Pabst
Elenco principal: Louise Brooks, Fritz Kortner e Franz Lederer

Sinopse: A beleza e o charme da jovem Lulu (Louise Brooks) costuma deixar os homens atordoados. Em um dos seus jogos de sedução, ela conquista o amor de Peter Schön (Fritz Kortner), diretor de um importante jornal. Embalados pelo romance, os dois se casam rapidamente. Mas existe um entrave para a harmonia do relacionamento: o cônjuge tem ciúmes de seu próprio filho, Alwa (Francis Lederer). Durante uma violenta discussão sobre essa situação, Lulu acaba matando o marido para se defender. Agora ela precisa fugir, e decide fazer isso na companhia de seu enteado. Assista aqui

Metrópolis (Metropolis, 1927)


Direção: Fritz Lang
Elenco principal: Brigitte Helm, Gustav Fröhlich e Rudolf Klein-Rogge

Sinopse: Metrópolis, ano 2026. Os poderosos ficam na superfície, onde há o Jardim dos Prazeres, destinado aos filhos dos mestres. Os operários, em regime de escravidão, trabalham bem abaixo da superfície, na Cidade dos Trabalhadores. Esta poderosa cidade é governada por Joh Fredersen (Alfred Abel), um insensível capitalista cujo único filho, Freder (Gustav Fröhlich), leva uma vida idílica, desfrutando dos maravilhosos jardins. Mas um dia Freder conhece Maria (Brigitte Helm), a líder espiritual dos operários, que cuida dos filhos dos escravos. Ele conversa com seu pai sobre o contraste social existente, mas recebe como resposta que é assim que as coisas devem ser. Quando Josafá (Theodor Loos) é demitido por Joh, por não ter mostrado plantas que estavam em poder dos operários, Freder pede sua ajuda. Paralelamente Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), um inventor louco que está a serviço de Joh, diz ao seu patrão que seu trabalho está concluído, pois criou um robô à imagem do homem. Ele diz que agora não haverá necessidade de trabalhadores humanos, sendo que em breve terá um robô que ninguém conseguirá diferenciar de um ser vivo. Além disto decifra as plantas, que são de antigas catacumbas que ficam na parte mais profunda da cidade. Curioso em saber o que interessa tanto aos operários, Joh e Rotwang decidem espioná-los usando uma passagem secreta. Ao assistir a uma reunião, onde Maria prega aos operários lhes implorando que rejeitem o uso de violência para melhorar o destino e pensar em termos de amor, dizendo ainda que o Salvador algum dia virá na forma de um mediador. Mas mesmo este menor ato de desafio é muito para Joh, que ouviu a fala na companhia de Rotwang. Assim, Joh ordena que o robô tenha a aparência de Maria e diz para Rotwang escondê-la na sua casa, para que o robô se infiltre entre os operários para semear a discórdia entre eles e destruir a confiança que sentem por Maria. Mas Joh não podia imaginar uma coisa: Freder está apaixonado por Maria. Assista aqui
O Inquilino (The Lodger: A Story of the London Fog, 1927)

Direção: Alfred Hitchcock
Elenco principal: Ivor Novello, June Tripp e Marie Ault

Sinopse: "O Vingador" é um serial killer que ataca jovens mulheres em Londres. Jonathan Drew (Ivor Novello) chega à pensão do casal Bounting (Arthur Chesney e Marie Ault) em busca de um quarto para alugar. O rapaz possui hábitos estranhos, como sair em noites com névoa, e guarda a foto de uma moça loira. Assista aqui

A General (The General, 1926)


Direção: Clyde Bruckman e Buster Keaton
Elenco principal: Buster Keaton, Marion Mack e Frederick Vroom

Sinopse: Quando a Guerra Civil americana teve início, o maquinista Johnny Gray (Buster Keaton) apaixonado pelo seu trem A General não foi aceito para lutar porque seria mais útil como engenheiro da ferrovia. Assim, sua amada Annabelle (Marion Mack) começou a pensar nele como covarde. Até o dia em que ele vai provar que tem coragem e também loucura, ao perseguir sozinho um bando de espiões unionistas, que roubaram o trem A General e dentro dele Annabelle Lee. Assista aqui

Lírio Partido (Broken Blossoms, 1919)


Direção: D. W. Griffith
Elenco principal: Lillian Gish, Richard Barthelmess e Donald Crisp

Sinopse: Cheng Huan (Richard Barthelmess) é um missionário que tenta passar os ensinamentos de Buda para os anglo-saxões. Quando vai para a Inglaterra, ele é recebido com a apatia que o país enfrentava e acaba por trabalhar em uma loja. Lá, ele conhece Lucy Borrows (Lillian Gish), uma menina de 15 anos que apanha do pai e por quem vai se apaixonar. O chinês a acolhe, mas sua alegria dura pouco, apenas até o pai da menina descobrir que ela está com um estrangeiro. Assista aqui

O Homem Mosca (Safety Last!, 1923)


Direção: Fred C. Newmeyer e Sam Taylor
Elenco principal: Harold Lloyd, Mildred Davis e Bill Strother

Sinopse: Em 1922, o jovem inexperiente Harold (Harold Lloyd) tomou uma decisão: abandonar sua pequena cidade natal, no interior, e partir para a cidade grande em busca de sucesso profissional. Depois de um tempo, finalmente consegue um emprego como vendedor em uma grande loja de departamentos, sem imaginar que este seria o início de muitas aventuras e que algumas poderiam até causar sua morte. Assista aqui

O Monstro do Circo (The Unknown, 1927)


Direção: Tod Browning
Elenco principal: Lon Chaney, Joan Crawford e Norman Kerry

Sinopse: Alonzo (Lon Chaney) é um atirador de facas em um circo, e faz muito sucesso por não ter os braços, e usar os pés para fazer suas façanhas. Ele se apaixona por Nanon (Joan Crawford), sua assistente que não suporta ser envolvida pelos braços de um homem, o que é uma vantagem de Alonzo em cima do rival Malabar (Norman Kerry). Entretanto, o pai de Nanon se enfurece quando descobre um grave segredo do homem sem braços. Para esconder esse segredo e também preservar o amor que sente pela assistente, Alonzo comete atos que vão destruir a vida de todos envolvidos. Assista aqui

Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens, 1922)


Direção: F.W. Murnau
Elenco principal: Max Schreck, Greta Schroeder e John Gottowt

Sinopse: Hutter (Gustav von Wangenheim), agente imobiliário, viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock (Max Schreck), que na verdade é um milenar vampiro que, buscando poder, se muda para Bremen, Alemanha, espalhando o terror na região. Curiosamente quem pode reverter esta situação é Ellen (Greta Schröder), a esposa de Hutter, pois Orlock está atraído por ela. Assista aqui

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