sábado, 4 de fevereiro de 2023

Astros e estrelas do cinema clássico que eram conhecidos por alcunhas

Sendo fã de cinema clássico, você já deve ter se deparado com diversos apelidos ou alcunhas dadas aos astros e estrelas de Hollywood. Em na nossa língua portuguesa, essa troca é uma figura de linguagem, conhecida como 'antonomásia', onde substituímos o nome de alguém por uma expressão, sabendo que todos irão identificar de quem se fala. Abaixo, uma pequena listinha com alguns destes casos:


John Wayne - The Duke


Nascido em Winterset, Iowa, o futuro astro se mudou ainda na infância com a família para Glendale, California. Na nova cidade, logo chamou a atenção por andar sempre com seu cachorro, da raça Airedale Terrier, chamado Duke. Alguns bombeiros do local, passaram a brincar com ele, o apelidando como 'Jovem Duke' (Young Duke). Como seu nome de batismo era Marion Michael Morrison, ele acabou gostando de ser conhecido como 'Duke' e o apelido perdurou durante toda a sua vida. O ator chegou até a ser creditado como Duke Morrison em seu primeiro trabalho, trocando posteriormente seu nome artístico para John Wayne.

Cyd Charisse - The Legs


Com cerca de 1,70 cm de altura, a bela morena, que bailava ao lado de ninguém menos que Fred Astaire e Gene Kelly, não demorou a chamar a atenção do público por suas longas pernas, torneadas por anos de ballet clássico. Curiosamente, a atriz iniciou as aulas de dança aos 6 anos de idade, para ajudar em sua recuperação, após contrair poliomielite, doença que pode acarretar fraqueza e até a paralisia dos membros inferiores. Supostamente, a MGM teria feito, inclusive, um seguro para as pernas da estrela durante os anos 50. Não é um fato tão apurado o tal seguro, que algumas fontes citam como sendo de um milhão, outras como 5 milhões. Entretanto, sendo verdade ou apenas um subterfúgio publicitário do estúdio, o mito sobre 'as pernas mais bonitas (e valiosas) de Hollywood' ficou cada vez mais forte. 

Esther Williams - A Sereia de Hollywood


Esther Williams iniciou sua carreira como nadadora profissional, sendo 3 vezes campeã nacional de natação nos Estados Unidos. Seu sonho de competir nas Olimpíadas nunca se realizou, pois a Segunda Guerra impediu sua participação, nas edições de 1940 e 1944. Após ser contratada pela MGM, a atriz passou a fazer sucesso no gênero musical, em enorme popularidade na década de 40. Seus filmes, entretanto, tinham o diferencial de ter belíssimas coreografias na água, fazendo dela uma artista única. E, como não poderia deixar de ser, as imagens aquáticas juntamente com a beleza feminina levaram ao clichê da associação com as sereias, seres mitológicos que representam os mistérios e a sedução do mar. Até mesmo em alguns de seus filmes, este apelido pode ser observado como em 'Escola de Sereias' (Bathing Beauty, 1944), 'A Sereia e o Sabido' (Texas Carnival, 1951) ou 'A Rainha do Mar' (Million Dollar Mermaid, 1952), que possui 'sereia' em seu título original apenas.

Steve McQueen - The King of Cool


*A palavra 'cool' em inglês significa legal, então a expressão 'The King of Cool' não tem uma tradução exata, mas seria algo como 'o rei dos descolados' ou algo neste estilo. 

Steve McQueem não chegou a fazer parte da 'divina trindade' dos rebeldes dos anos 50, formada por James Dean, Marlon Brando e Paul Newman. No entanto, sua carreira deu uma guinada nas décadas de 60 e 70, quando protagonizou clássicos como 'Fugindo do Inferno' (The Great Escape, 1963), 'Bullitt' (1968) e 'Os Implacáveis' (The Getaway, 1972). Seu jeito impetuoso e sua paixão por velocidade o levaram a ser também colecionador e piloto de carros e motos, chegando a participar de diversas competições. Até mesmo do mundo da moda ele chamou a atenção, tornando-se um ícone de estilo. Sua personalidade transgressora dentro e fora das telas aliada ao seu padrão de vida, com carros, bebidas e mulheres, o tornaram um ídolo masculino, sem que perdesse seu apelo de galã com o público feminino, ganhando sua alcunha de rei das coisas legais. 

Clark Gable - O Rei de Hollywood


Clark Gable não é chamado assim à toa! Em 1938, foi feita uma pesquisa de popularidade pelo jornal New York Daily News e o ator foi oficialmente eleito e coroado como o 'Rei de Hollywood', recebendo o título e até uma coroa das mãos de Ed Sullivan. O título acabou perdurando por toda sua carreira. Ao seu lado, como a Rainha de Hollywood, estava a atriz Myrna Loy.

Lon Chaney - O Homem das Mil Faces


Embora tenha falecido precocemente em 1930, aos 47 anos, o legado deixado por Lon Chaney é tão grandioso que o torna admirável até os dias de hoje. Um dos astros da era do cinema mudo, o ator destacou-se por sua versatilidade, geralmente interpretando figuras grotescas e personalidades transtornadas. Em uma época onde os recursos ainda eram muito limitados e não havia um departamento específico para maquiagem em filmes, Chaney foi um pioneiro nas caracterizações de seus personagens, utilizando pinturas, perucas e próteses para se transformar, fazendo dele um artista completo. Seus trabalhos, em sua maioria de terror, suspense e drama, incluem 'O Corcunda de Notre Dame' (The Hunchback of Notre Dame, 1923), 'Ironia da Sorte' (He Who Gets Slapped, 1924), 'O Fantasma da Ópera' (The Phantom of the Opera, 1925), 'Vampiros da Meia Noite' (London After Midnight, 1927) e 'O Monstro do Circo' (The Unknown, 1927). Extremamente discreto em sua vida privada, nas telas ele poderia ser quem quisesse, com uma aparência diferente a cada longa, milimetricamente elaborada por ele próprio, o que lhe valeu a alcunha de 'O Homem das Mil Faces'. Em 1957, foi produzida sua cinebiografia, estrelada por James Cagney, justamente com o título que lhe foi concedido, em inglês 'Man of a Thousand Faces'.

Buster Keaton - O Palhaço Que Não Ri


Ainda falando de astros do cinema mudo, Buster Keaton é um dos comediantes mais aclamados da sétima arte. Seu estilo único de comédia o diferenciava dos outros grandes nomes de sua geração, Charles Chaplin e Harold Lloyd. Embora fizesse o público gargalhar com seus filmes, Keaton se destacava por manter o rosto sempre sério, por vezes até melancólico. Essa excêntrica característica lhe rendeu o apelido de 'The Great Stone Face' (em tradução literal, 'A Grande Face de Pedra'), por sua ausência proposital de expressões faciais. No Brasil, o termo foi adaptado para 'O Palhaço Que Não Ri'. Em uma entrevista, o ator chegou a explicar os motivos pelos quais adotou esta tática: 'Bem, veja, aprendi isso no palco. Quando eu ria do que fazia, o público não ria. Então, quando fui para o cinema, não sorrir era mecanismo meu'. Assim como Lon Chaney, ele ganhou uma biografia em 1957, intitulada 'O Palhaço que não Ri' (The Buster Keaton Story), estrelada por Donald O'Connor.

Carmen Miranda - A Pequena Notável e Brazilian Bombshell


Carmen Miranda era tão icônica que teve um apelido nacional e um internacional! rs Embora tenha nascido em Portugal, Carmen veio morar no Rio de Janeiro ainda na infância e se considerava uma autêntica brasileira. Aqui, ela iniciou uma carreira de sucesso, sendo chamada pela imprensa de 'A Pequena Notável', em parte porque pequena era uma espécie de gíria da época para falar de mulheres jovens, mas também pelo alto dos 1,52 cm de altura da artista, que costumava utilizar enormes saltos de plataforma;

Quando Carmen ganhou fama internacional se apresentando em casas noturnas e, posteriormente, em Hollywood, passou a ser conhecida como The Brazilian Bombshell, por conta de sua presença exuberante e espalhafatosa. O termo Bombshell, em tradução literal, significa bomba. No entanto, era utilizado nos EUA para descrever mulheres sensuais e chamativas, como Marilyn Monroe ou Kim Novak.

Frank Sinatra - The Voice


O ator e cantor Frank Sinatra tinha uma série de apelidos, tanto públicos quanto apenas em seu grupo de amigos. Dentre os mais conhecidos, estão 'The Chairman of the Board' (O Presidente do Conselho), como passou a ser chamado após fundar sua própria gravadora, em 1960, chamada 'Reprise Records'; 'Blue Eyes' (Olhos Azuis) ou 'Ol' Blue Eyes' (sendo Ol' uma abreviação de Old, que significa Velho) também era um de seus pseudônimos mais famosos, sendo até o título de seu álbum de 1973, 'Ol' Blue Eyes Is Back'. No entanto, acredito que de todos, 'The Voice' (A Voz) seja o que mais nos remete a Sinatra. Obviamente, esta foi uma homenagem à sua inconfundível voz, sendo ele considerado um dos maiores cantores do século XX.

Alfred Hitchcock - O Mestre do Suspense


'Eu sou um diretor estigmatizado. Se eu fizesse 'Cinderela', o público imediatamente procuraria um corpo na carruagem', teria dito Alfred Hitchcock em uma entrevista. Um dos diretores mais conceituados do cinema, Hitchcock era famoso por seus longas de suspense e terror psicológico, sempre aliados a toques de seu humor ácido. Suas técnicas de filmagem e pioneirismo em longas do gênero são replicados até os dias de hoje. 'Rebecca, a Mulher Inesquecível' (Rebecca, 1940), 'Janela Indiscreta' (Rear Window, 1954), 'Um Corpo Que Cai' (Vertigo, 1958), 'Psicose' (Psycho, 1960) e 'Os Pássaros' (The Birds, 1963) são alguns dos exemplos de filmes que o fizeram ganhar o título de 'O Mestre do Suspense' (Master of Suspense).



Para que a postagem não fique ainda mais longa, vou parar por aqui. Mas, calma! Sei que ainda faltam vários nomes conhecidos para citar e pretendo fazer em breve uma segunda parte. Se quiser, pode até colocar aqui nos comentários quem você gostaria de ver na próxima lista.

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